INTRODUÇÃO:
Doenças cardiovasculares (DCV) são a principal causa de mortalidade no Brasil, com impacto significativo para indivíduos e o sistema de saúde. Embora mais comuns em idosos, há preocupação crescente com sua ocorrência em adultos jovens. Mudanças no estilo de vida, maior prevalência de obesidade, sedentarismo, tabagismo e hipertensão, além de fatores genéticos, podem contribuir para esse fenômeno. A análise epidemiológica das internações por DCV em diferentes faixas etárias é essencial para compreender sua evolução e auxiliar no planejamento de estratégias preventivas. Este estudo analisa o perfil das internações por DCV em indivíduos de 15 a 39 anos no município de São Paulo entre 2018 e 2024, destacando essa população jovem, que tradicionalmente recebe menos atenção em estudos epidemiológicos.
METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo epidemiológico observacional descritivo, no qual foram analisados dados de morbidade hospitalar no SUS por causas específicas (CID-10- Doenças do Aparelho Circulatório). As condições incluídas foram hipertensão, infarto agudo do miocárdio, doenças isquêmicas, arritmias e insuficiência cardíaca.
Os dados foram extraídos do DATASUS, foram selecionados pacientes da faixa etária de 15 a 39 anos, no período de 2018 a 2024.
RESULTADOS:
No período de 2018 a 2024, foram registradas 13.827 internações, distribuídas da seguinte forma: 1.343 (9,7%) entre indivíduos de 15 a 19 anos, 3.979 (28,8%) na faixa de 20 a 29 anos e 8.505 (61,5%) entre 30 e 39 anos. O maior número de internações ocorreu em 2019, representando 16,1% do total, com a faixa etária de 30 a 39 anos responsável por 60,5% dos registros. A partir de 2019, observou-se uma redução nas internações entre indivíduos de 15 a 29 anos, possivelmente relacionada ao impacto da pandemia na demanda por serviços hospitalares. Em 2022, os números voltaram a aumentar, e em 2023 permaneceram relativamente estáveis. No geral, verificou-se uma queda de 17% nas internações entre 2018 e 2024 na faixa etária de 15 a 39 anos.
CONCLUSÃO: Portanto, ao avaliar o número de internações por DCV dos 15 aos 39 anos, observou-se uma queda entre 2019 e 2021 em relação a 2018, com recuperação parcial em 2022, possivelmente devido a pandemia do COVID-19. Dentre os grupos analisados, a faixa etária de 30 aos 39 anos apresentou a maior incidência de internações, o que pode evidenciar um maior desafio na saúde nessa população. Deste modo, ressalta-se a necessidade de políticas eficazes para a redução das DCV, a fim de reduzir o impacto dessas condições na saúde das populações estudadas.