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Classe Funcional NYHA e Síncope em Pacientes com Dispositivos Cardíacos: Um Marcador Confiável?

Thiago Yuzo Hazuma, Rhanniel THOSG Vilar, Pedro Henrique Correia Filgueiras, Carlos AHD da Costa, Gabriela MM Coelho, Enia Coutinho, Claudio Cirenza, Barbara Daniela Oliveira da Eira, Angelo Amato Vicenzo de Paola
UNIFESP - Univers. Federal de São Paulo - São Paulo - SP - BRASIL

Introdução: A classe funcional (CF) da New York Heart Association (NYHA) é amplamente utilizada para classificar a gravidade dos sintomas em pacientes com insuficiência cardíaca, orientando condutas clínicas. No entanto, ao avaliar sua relação com a ocorrência de síncope em pacientes com dispositivos cardíacos eletrônicos implantáveis (DCEI), surge a possibilidade de vieses decorrentes do julgamento clínico. Fatores como idade e polimedicação podem atuar como confundidores, impactando a interpretação da CF como um preditor de eventos sincopais. Este estudo investiga essa associação, questionando se a CF pode ser utilizada isoladamente como um indicador confiável para o risco de síncope.

Objetivo: Avaliar a relação entre a classe funcional NYHA e a ocorrência de síncope em pacientes com DCEI, ajustando para idade e polimedicação.

Metodologia: Trata-se de um estudo transversal e observacional, com 90 pacientes portadores de DCEI acompanhados ambulatorialmente. Inicialmente, foi analisada a associação linear entre a classe funcional NYHA e a ocorrência de síncope. Posteriormente, aplicou-se um modelo de regressão logística, ajustado para idade e polimedicação, a fim de identificar preditores significativos de síncope.

Resultados: A análise linear demonstrou uma associação significativa entre a classe funcional NYHA e a ocorrência de síncope (p < 0,0011), sugerindo que pacientes com pior CF apresentam maior risco. A regressão logística ajustada confirmou que a CF NYHA é um preditor independente de síncope. Comparando os grupos NYHA 2 e 3 isoladamente contra NYHA 1, observou-se um risco aumentado de síncope, inclusive com diferença estatisticamente significativa entre NYHA 2 e 3 (p <0,001). Inclusive ao agrupar os pacientes NYHA 2 e 3 e compará-los com NYHA 1, a associação se tornou ainda mais significativa (p < 0,0001). A idade, a polimedicação e o uso de diuréticos não foram identificados como preditores significativos no modelo ajustado.

Conclusão:A classe funcional NYHA demonstrou uma associação significativa e linear com o risco de síncope em pacientes com DCEI. Mesmo após o ajuste para idade e polimedicação, permaneceu como um preditor independente de síncope, reforçando sua relevância na estratificação de risco desses pacientes. Esses achados destacam a necessidade de uma avaliação clínica criteriosa para evitar vieses na tomada de decisão.

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