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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Comparação entre propafenona e amiodarona em pacientes com insuficiência cardíaca e doença arterial coronariana

LEANDRO MENEZES ALVES DA COSTA, Thiago Luis Scudeler , Thiago Midlej Brito, Roger Pereira de Oliveira, Daniel Castanho Genta Pereira, Rafael Amorim Belo Nunes, Rodrigo Goldenstein Schainberg, Anna Beatriz Gori Montes, Gabriela Chaves Santana, Alvaro Avezum Junior
HOSPITAL ALEMÃO OSWALDO CRUZ - SÃO PAULO - SP - BRASIL

Introdução As diretrizes internacionais contraindicam o uso de antiarrítmicos da classe IC em pacientes com doença cardíaca estrutural devido ao potencial pró-arrítmico e ao aumento do risco de mortalidade observado em estudos anteriores com flecainida, encainida e moricizina, especialmente em indivíduos com infarto do miocárdio recente. No entanto, a aplicabilidade desses achados à propafenona permanece incerta, particularmente em pacientes com insuficiência cardíaca (IC) e doença arterial coronariana (DAC). O objetivo deste estudo foi avaliar a segurança da propafenona em comparação com a amiodarona nesse perfil de pacientes, analisando a incidência de eventos cardiovasculares adversos e a sobrevida.

Métodos Foi conduzido um estudo de coorte retrospectivo utilizando o banco de dados TriNetX, sendo selecionados 892.121 pacientes. Foram incluídos 21.931 pacientes em uso de amiodarona e 21.931 pacientes em uso de propafenona, pareados por escore de propensão. O desfecho primário foi a incidência de eventos cardiovasculares adversos, analisada por meio de curvas de Kaplan-Meier, teste de log-rank e estimativas de risco expressas como razão de risco (hazard ratio, HR) e odds ratio (OR).

Resultados A incidência de eventos cardiovasculares adversos foi significativamente maior no grupo tratado com amiodarona (25,749%) em comparação ao grupo propafenona (11,235%), resultando em uma diferença de risco absoluta de 14,514% (IC 95%: 13,8% a 15,228%, p <0,0001). O hazard ratio foi de 2,292 (IC 95%: 2,194–2,394) e o odds ratio de 2,74 (IC 95%: 2,602–2,885), indicando um risco relativo significativamente maior no grupo amiodarona.A análise de Kaplan-Meier demonstrou uma sobrevida significativamente maior no grupo propafenona, com probabilidades de sobrevida ao final do período de acompanhamento de 81,79% versus 60,497% no grupo amiodarona. O teste de log-rank confirmou a diferença estatisticamente significativa entre os grupos (χ² = 2.134,355, p <0,0001).

 

Conclusão Os resultados deste estudo indicam que o uso de amiodarona em pacientes com IC e DAC está associado a um risco significativamente maior de eventos cardiovasculares adversos e a uma menor sobrevida em comparação com a propafenona. 

 

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