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Fibrilação atrial em pacientes com cardiopatia chagásica crônica e dispositivos cardíacos implantáveis.

Gabriela Menichelli Medeiros Coelho, CARLOS ARTHUR HANSEL DINIZ DA COSTA, RHANNIEL THEODORUS HELHYAS OLIVEIRA SHILVA GOMES VILLAR, PEDRO HENRIQUE CORREIA FILGUEIRAS, ENIA LUCIA COUTINHO, CLAUDIO CIRENZA, ANGELO AMATO VINCENZO DE PAOLA
UNIFESP - Univers. Federal de São Paulo - São Paulo - SP - BRASIL

Introdução: A doença de Chagas (DC) em sua forma crônica acomete 4,6 milhões de pessoas no Brasil.A fibrilação atrial (FA) é a arritmia supraventricular sustentada mais frequente neste grupo, chegando a 34% em pacientes com dispositivos cardíacos eletrônicos implantáveis (DCEI). Contudo, as características dessa população e o impacto da FA são pouco explorados. Objetivo: Avaliar a prevalência, impacto e características (clínicas, eletrofisiológicas e imagéticas) da FA em pacientes com DC e DCEI.  Métodos: pacientes de ambulatório de eletrofisiologia de serviço terciário, com DC e DCEI, separados em dois grupos de acordo com a presença de FA. Avaliadas características clínicas (questionário próprio), qualidade de vida (questionário SF-36) e telemetria dos DCEI. Análise estatística adotando p ≤ 0,05, com uso de modelos lineares generalizados (dados categóricos ou de contagem), mistos (dados contínuos) e gerais (dados contínuos independentes).Resultados e discussão: De 325 pacientes com DCEI, recrutados 54 com DC dos quais 23 apresentavam com FA (42,6%), predominando a forma paroxística (70%). O período médio de acompanhamento foi de 9 anos. O grupo com FA foi significativamente mais idoso (72 vs 64 anos; p=006), mas não houve diferença em relação a comorbidades, uso de betabloqueadores, antiarrítmicos, parâmetros ecocardiográficos, tipo de DCEI,  taxa de marcapassamento. Os grupos foram semelhantes quanto à presença de dispneia, síncope, palpitações, tonturas e classe funcional. Apesar de mais internações por paciente (0,3 vs 0,23), a FA não impactou no número de hospitalizações por causas cardiovasculares. Na análise da qualidade de vida, o grupo com FA apresentou melhores pontuações, principalmente em aspectos físicos (50 vs 0; p= 0,044) e emocionais (100 vs 0; p= 0,02). O grupo com FA registrou pelo DCEI mais eventos atriais de forma geral (9,96 vs 1,19; p<0,001), predominando gravações de até 1 hora (5,09 vs 0,71; p=0,004). A FA não levou a maior número de terapias inapropriadas de forma significativa ou impactou do período sem terapias elétricas. Conclusão:  Houve elevada prevalência de FA no grupo com DC, sendo seu diagnóstico favorecido pelo registro contínuo do DCEI. A FA foi paradoxalmente associada à melhor avaliação subjetiva do paciente da capacidade física e emocional, mas não impactou em pior função ventricular, internações, terapias inapropriadas ou sintomas cardiovasculares nesta população.

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