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Comunicação Interventricular Pós-Infarto Agudo do Miocárdio - Relato de Caso

Tibério Marciano Frini, Fernando Cesar Maioto Junior, Bárbara Maria Coutinho Silva, Anna Clara de Melo S. Ferro, Ana Carolina Marliere Beolchi, Mauricio de Nassau Machado , Samyr Castelo Labrichosa Gazzoni, Leonardo Estrela Thome
FACULDADE MEDICINA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO – FAMERP - - SP - BRASIL

Introdução: O infarto agudo do miocárdio (IAM) é uma das principais causas de mortalidade no mundo e, apesar dos avanços nas terapias, suas complicações contribuem para resultados adversos. Uma das complicações é a ruptura do septo interventricular, resultando na comunicação interventricular (CIV), uma condição rara, com incidência estimada de 0,2%. A patogênese da CIV relaciona-se à necrose isquêmica do miocárdio. O septo interventricular recebe irrigação por ramos septais provenientes tanto da artéria descendente anterior como do ramo descendente posterior da artéria coronária direita. Neste segundo caso, de tratamento mais desafiador, com múltiplos pontos de ruptura, entre 3 a 5 dias após o infarto. Fatores de risco incluem idade avançada, sexo feminino, primeiro infarto e reperfusão tardia. Clinicamente, os pacientes apresentam deterioração hemodinâmica súbita, sopro holossistólico rude e sinais de insuficiência cardíaca congestiva.

Relato de Caso

Paciente masculino, 48 anos, hipertenso e tabagista, admitido no pronto-socorro por quadro de dor precordial, com piora significativa após cinco horas da admissão cursando com dor retroesternal, em aperto, de forte intensidade, ao repouso, irradiada para a região dorsal e associada à sudorese. O eletrocardiograma evidenciou supradesnivelamento do segmento ST em derivações DII, DIII e aVF, compatível com infarto agudo de parede inferior. Cineangiocoronariografia demonstrando oclusão total da artéria coronária direita no terço médio, com implante de dois stents farmacológicos. Paciente evolui pós procedimento com sopro sistólico panfocal, mais audível no foco mitral, holossistólico. Realizado ecocardiograma transtorácico demonstrando aneurisma da região septal do ventrículo esquerdo e, em sua extremidade apical, uma comunicação interventricular de aproximadamente 1,6 cm, com repercussão hemodinâmica. Realizado procedimento cirúrgico evidenciando inflamação no pericárdio, sugerindo síndrome de Dressler e duas comunicações interventriculares de 1,5 cm cada, as quais foram reparadas com patch de pericárdio bovino. No pós-operatório paciente apresentou complicações renais, além de piora hemodinâmica apesar do suporte máximo com drogas vasoativas, evoluindo para óbito.

Conclusão

A comunicação interventricular pós-infarto é uma complicação rara, mas altamente letal. Este relato enfatiza que, embora menos comum em pacientes jovens e do sexo masculino, a CIV deve ser considerada diante de um quadro clínico compatível. A decisão sobre o momento ideal para a intervenção cirúrgica deve ser individualizada.

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