Introdução: O infarto agudo do miocárdio (IAM) é uma das principais causas de mortalidade no Brasil, com diferenças regionais influenciadas por fatores socioeconômicos e de acesso à saúde. Este estudo compara o perfil de óbitos por IAM nas cinco regiões do país em 2023, analisando variações demográficas e epidemiológicas, a fim de contribuir para estratégias de prevenção e redução das disparidades no manejo da doença.
Métodos: Estudo observacional, descritivo e retrospectivo, baseado em dados secundários coletados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do DATASUS. Foram coletadas informações sobre óbitos por Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) ocorridos no Brasil em 2023, estratificadas por região. As variáveis analisadas incluíram faixa etária, gênero e raça/cor, com os dados sendo organizados e comparados entre as diferentes regiões para identificação de possíveis discrepâncias no perfil de mortalidade.
Resultados: Os dados de mortalidade por Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) no Brasil em 2023 totalizaram 94.008 óbitos, com a maior parte concentrada na Região Sudeste (42.996; 45,7%), seguida pelo Nordeste (26.379; 28,1%), Sul (11.820; 12,6%), Centro-Oeste (6.904; 7,3%) e Norte (5.909; 6,3%). Em relação à distribuição por raça/cor, a maioria dos óbitos ocorreu entre brancos (47.152; 50,2%) e pardos (36.393; 38,7%), enquanto indivíduos pretos (8.379; 8,9%), amarelos (600; 0,6%) e indígenas (218; 0,2%) apresentaram menor frequência. Houve 1.266 (1,3%) casos com raça ignorada. A Região Sudeste teve o maior número de óbitos entre brancos (26.368) e pardos (11.587), enquanto o Nordeste concentrou a maior mortalidade entre pretos (2.675) e indígenas (73). A análise por faixa etária revelou que a mortalidade aumenta com a idade, sendo a maioria dos óbitos em indivíduos com 70 a 79 anos (24.364; 25,9%) e 80 anos ou mais (24.394; 25,9%). Entre os mais jovens, foram registrados 64 óbitos entre 15 e 19 anos e 559 entre 20 e 29 anos. A distribuição regional seguiu esse padrão, com maior concentração entre idosos em todas as regiões.
Conclusão: Os óbitos por Infarto Agudo do Miocárdio em 2023 no Brasil foram mais prevalentes na região Sudeste, seguido da região Nordeste, refletindo diferenças regionais no acesso à saúde e fatores de risco. A mortalidade foi maior entre brancos e pardos, e aumentou progressivamente com a idade, sendo a maioria dos óbitos na faixa etária de 70 anos ou mais. Esses dados ressaltam a importância de estratégias regionais de prevenção e tratamento do IAM.