Introdução: A Doença do Coronavírus 2019 (COVID-19), causada pela infecção do Coronavírus 2 da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS-CoV-2), tem como principais sintomas a febre, tosse, anosmia, dispneia e sintomas gastrointestinais por menos de duas semanas. Em pacientes com cardiopatia congênita, classificada como qualquer alteração fetal na anatomia ou função do coração, há maior susceptibilidade a manifestações graves e maior mortalidade. No entanto, alguns sintomas podem persistir por meses ou anos após a fase aguda, quadro conhecido como COVID longa. A pesquisa tem como objetivo a avaliação dos sintomas de COVID longa e seu prognóstico em pacientes com cardiopatias congênitas. Métodos: Trata-se de um estudo retrospectivo feito através da análise do prontuário hospitalar de 41 pacientes com cardiopatias congênitas entre os anos de 2020 e 2024. Os dados foram coletados e tabulados em planilhas Microsoft Excel e posteriormente analisados estatisticamente. Resultados: Após a análise dos prontuários, observou-se que sete dos 41 pacientes evoluíram a óbito após a infecção pelo vírus, indicando uma mortalidade de 17,07% entre os pacientes com cardiopatia congênita. Dentro da amostra, houve perda de continuidade em seis pacientes, resultando em uma amostra final de 28 pacientes. Dessa forma, entre os 28 pacientes, apenas cinco deles relataram sintomas de COVID longa, indicando uma incidência de 12,19%. Os principais sintomas encontrados, com uma incidência de 40%, foram dispneia, tosse seca e fadiga. Um dos cinco pacientes iniciou um quadro de dor no peito após infecção por SARS-CoV-2, indicando uma incidência de 20%. A partir disso, verificou-se que o tempo de duração médio dos sintomas foi de 6,3 meses. Conclusões: Os padrões sintomáticos causados pela infecção pelo SARS-CoV-2 e pela COVID longa, além do tempo de duração dos sintomas, em pacientes com cardiopatias congênitas se assemelha aos pacientes sem alterações cardíacas. Além disso, a mortalidade esteve relacionada com a gravidade da doença de base de cada paciente, visto que aqueles que possuíam um quadro instável antes dos sintomas de COVID-19 foram os mesmos que evoluíram para óbito.
Palavras-chaves: COVID longa; Cardiopatia Congênita; Prognóstico.