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Remodelamento reverso em tempo recorde: evolução ecocardiográfica do paciente exposto aos efeitos do esteroide anabolizante

Pedro Augusto Rodrigues Vinhas, Dayanne Ribeiro Geovanini , Grazielle Larissa Fontes Alves , Flavia Nogueira Chiva, Fábio Luís Valério da Silva , Bruna de Siqueira Sanabria Irigoitia, Ana Luisa de Souza Caldas
Universidade Anhembi Morumbi - São José dos Campos - SP - Brasil

Introdução: Sabe-se que o uso de esteroides anabolizantes androgênicos (EAAs) está relacionado a alterações estruturais e funcionais do miocárdio. Dados da literatura mostram que pacientes que apresentaram queda da fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) pelo uso de EAAs levam em média 12 meses após a suspensão dos mesmos para o remodelamento reverso. 

 

Relato do caso: Homem, 37 anos, assintomático, tabagista 2 anos-maço, esportista: musculação (4 a 6 vezes/semana) e futebol (3 vezes/semana). Em abril de 2024 procurou atendimento ambulatorial assintomático cardiovascular. Estava em uso de boldenona 1ml/semana há 1 ano para fins estéticos. Ecocardiograma (ECO) de junho de 2023 com FEVE de 65% e diâmetros cardíacos dentro da normalidade (53x34mm).Realizados novos exames em junho/2024 para avaliar possíveis complicações relacionadas ao uso do EAA: Laboratoriais com testosterona total de 1368 ng/dL e ECO apresentando dilatação do ventrículo esquerdo e queda da FEVE as custas dr hipocinesia difusa em relação ao exame realizado previamente (VE 54x39mm e FEVE 52%). Suspenso uso da medicação e solicitado investigação adicional para elucidar causa da queda de FEVE.  Ressonância Magnética do coração: diâmetro diastólico do ventrículo esquerdo 58mm, diâmetro sistólico do ventrículo esquerdo 48mm, Volume Diastólico Final do Ventrículo Esquerdo de 166ml e volume sistólico final do ventrículo esquerdo de 83 ml, FEVE de 51% e ausência de realce tardio. Angiotomografia coronária revelou ponte miocárdica na artéria descendente anterior média/distal, sem estenoses significativas. Retorna após 3 meses em consultório, assintomático. Testosterona total 700 ng/dL e ECO com FEVE 60%, diâmetros do ventrículo esquerdo normais (53x36mm), sem alterações de contratilidade.

 

Discussão:  Esse caso mostrou um remodelamento reverso muito rápido após a suspensão da droga em relação às evidências atuais. Os estudos ainda são limitados sobre o tipo e dosagem das medicações e evolução clínica dos pacientes durante e após o uso. 

 

Conclusão: A interrupção do uso de EAA associada ao acompanhamento clínico precoce e intervenções direcionadas evitou uma evolução desfavorável e possibilitou o remodelamento reverso precoce. 


Palavras chave: Disfunção ventricular; Esteroideanabolizantesandrogênico; Remodelamento reverso

 

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