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Desafios no Diagnóstico de Cardiomiopatia Arritmogênica do Ventrículo Direito em Fase Latente – Relato de Dois Casos

SARAH PINI DE SOUZA, LUCIANA SACILOTTO, CRISTIANO FARIA PISANI, RODRIGO KULCHETSCKI, CARINA ABIGAIL HARDY, BRUNO MOREIRA DOS SANTOS, FRANCISCO DARRIEUX, LEONARDO ANTUNES MESQUITA, MAURICIO IBRAHIM SCANAVACCA
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: A CAVD é uma condição de difícil diagnóstico, especialmente em suas fases latentes, quando as manifestações clínicas podem ser sutis e confundidas com outras patologias. A utilização de exames complementares, como o EEF e testes genéticos, desempenha um papel essencial na avaliação diagnóstica. No entanto, a interpretação isolada desses exames pode levar a conclusões equivocadas. 

Caso 1: Paciente do sexo feminino, 39 anos, apresentava palpitações durante atividade física, associadas à síncope. ECG, ECOTT e RMC normais. EEF induziu TVS polimórfica após administração de isoproterenol, sendo diagnosticada taquicardia ventricular polimórfica catecolaminérgica (TVPC). Foi implantado CDI, e a paciente evoluiu com choques recorrentes. Após quatro anos, documentou-se TVS monomórfica (TVSM), inversão de onda T de V1 a V4 no ECG. O mapeamento de voltagem bipolar (Carto 3) revelou cicatriz epicárdica exclusiva, sendo realizada ablação. Durante a evolução, necessitou de mais duas ablações epicárdicas, sem recorrência da arritmia. O teste genético identificou variantes de significado incerto (VUS) no gene DSG2, contudo, com base no conjunto de alterações clínicas e exames complementares, o diagnóstico foi CAVD.

Caso 2: Paciente do sexo feminino, 19 anos, atleta de Triathlon, apresentava palpitações e formigamento durante competições. Inicialmente diagnosticada com ansiedade; ECG, ECOTT, teste ergométrico (TE) e RMC eram normais. Após um ano, os sintomas persistiram, evoluindo com palpitação intensa e mal estar, com documentação de TVSM. O EEF foi realizado sob uso de amiodarona, sem indução de arritmias, optando-se por implantar CDI para profilaxia secundária. O teste genético revelou VUS no gene RYR2. Na reavaliação dos exames, observou-se inversão de onda T de V1 a V4 no ECG, sem evidência de cicatriz na RMC, mas com dimensões limítrofes dos ventrículos direito e esquerdo. Durante o TE, a paciente apresentou TVSM, recebendo três choques do dispositivo. O mapeamento bipolar epicárdico revelou cicatriz e potenciais tardios na via de saída do VD, eliminados com radiofrequência, confirmando CAVD. No seguimento de três meses, permaneceu estável, sem novas terapias.

Conclusão: Nas fases latentes da CAVD, a RMC e o EEF podem apresentar resultados falso-negativos, enquanto os testes genéticos podem fornecer achados inespecíficos, levando a diagnósticos errôneos. Uma abordagem clínica crítica e multidisciplinar é essencial para evitar interpretações equivocadas e otimizar o manejo desses pacientes.

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