Introdução: A insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome clínica resultante de alterações estruturais e/ou funcionais do miocárdio, associada a níveis elevados de peptídeos natriuréticos (BNP) e congestão cardiogênica. Suas principais causas incluem doença arterial coronariana (DAC), hipertensão, obesidade, diabetes, uso de substâncias tóxicas e doenças valvares. O aumento desses fatores de risco em São Paulo (SP), devido à urbanização, envelhecimento populacional e características demográficas próprias, tem elevado a carga de IC nos hospitais, o que exige a criação de políticas públicas voltadas para essa condição. Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico das internações hospitalares por IC no estado de SP. Metodologia: Trata-se de um estudo ecológico quantitativo realizado com dados secundários do DATASUS, provenientes do sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH-SUS). Foram analisadas as internações por IC no período de 2013 a 2023, considerando variáveis faixa etária, sexo e raça/cor. As comparações entre gurpos foram com base nas frequências relativas e absolutas. Resultados: Durante o período estudado, foram registradas 438.359 internações por IC em SP, com 45.031 internações em 2013, o ano de maior incidência. A faixa etária mais afetada foi de 70 a 79 anos, com 116.477 internações (26,6%), seguida da faixa de 60 a 69 anos, com 25,1%, pacientes com menos de um ano apresentaram um breve pico de internações com 1571 casos, provavelmente devido a cardiopatias congênitas e malformações. Quanto ao sexo, o masculino foi responsável por 50,6% das internações. Quanto à raça/cor, observou-se a maioria das internações foram de pessoas brancas, com 244.600 (55,7%), seguidas por pacientes pardos (19,9%, 87.584 casos) e negros (6,7%). Conclusão: O perfil epidemiológico predominante foi de homens brancos e idosos, geralmente sequela de doenças cardiovasculares previas. Os picos de incidência em idades mais jovens podem ser devido a miocardites ou cardiopatias da infância. A distribuição entre os sexos foi homogênea, o que reflete o padrão nacional. Em relação à raça, a maioria das internações foi de indivíduos brancos, o que pode refletir a própria demografia local do estado de SP, somado à fatores genéticos e ambientais. Os dados aqui analisados podem contribuir para a criação de políticas públicas eficazes no combate à IC, com foco na redução da sua incidência, descompensação e mortalidade.