Introdução: Ablação de fibrilação atrial (FA) com técnica de “High-Power Short-Duration” (HPSD) utilizando 50 W já é uma técnica sedimentada na atualidade e amplamente utilizada. Estudos recentes com cateteres específicos capazes de realizar Ultra-HPSD com 90W e aplicação por 4 segundos descrevem excelentes resultados e segurança, entretanto necessitam de geradores de radiofrequência (RF) dedicados para esta função. O uso de novos cateteres, como TactiflexTM com força de contato e ponta flexível, permitem uso de maior potência com geradores de RF convencionais. Este estudo teve como objetivo comparar a ablação de FA com técnicas de “HPSD” e “Very-HPSD”. Métodos: Realizadas comparações de resultados prévios de nosso laboratório com técnica de HPSD usando 50W, força de contato (FC) de 5-10g/10-20g e fluxo de 40ml/minuto respectivamente na parede posterior e anterior do átrio esquerdo (AE) e Very-HPSD utilizando 60 e 65W, mesma FC da técnica HPSD com fluxo de 15ml/min. Resultados: Dois pacientes do grupo submetido a técnica HPSD apresentaram derrame pericárdico, sendo um com drenagem percutânea e outro com diagnóstico no dia seguinte e optado tratamento conservador. Grupo HPSD (70 pacientes): Tempo de AE e total do procedimento de 51,9±8,3min e 65,4±11,2min, respectivamente. Tempo de confecção do mapa 3D 10,9±2,8min, radiofrequência 11262,1±278,6s e tempo de raio-x 4,3±1,5min. Efeito de isolamento de primeira passagem 62 (88,6%). Números pontos AutoMarkTM foi 118,3±31, FC média por ponto 10,6±1,3 e queda impedância média ponto 12,9±1,5%. Grupo Very-HPSD (10 pacientes): Tempo de AE 46,4±5,6min, tempo total do procedimento 61,1±6,7min, mapa 3D 10,8±1,6min, tempo de radiofrequência 937,8±130,7s, tempo de raio-x 2,2±2,1min, e efeito de isolamento de primeira passagem 8 (80%). Números pontos AutoMarkTM foi 169,3±32,7, força contato média por ponto 11±1,8 e queda impedância média ponto 10,5±1%. Conclusões: A comparação entres as técnicas de Very-HPSD e HPSD produziu de forma significativa menores tempos de átrio esquerdo, de procedimento, de Raio X e de radiofrequência. Houve maior aumento de temperatura esofágica e menor índice de isolamento de primeira passagem. Na análise das marcações automáticas esta técnica mostrou maior número de pontos anotados, índices de força de contato semelhantes e queda de impedância local menor.