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A EFICÁCIA DA TERAPIA FARMACOLÓGICA COM DILTIAZEM E MAGNÉSIO EM PACIENTE COM EXTRASSÍSTOLE FASCICULAR REFRATÁRIA A BETABLOQUEADOR E PROPAFENONA E COM HISTÓRICO DE DUAS ABLAÇÕES: UM RELATO DE CASO

João Paulo Reis Lopes , Kaline dos Santos Kishishita Castro, Maria Fernanda Sales Campos, Pablo Henrique Coelho Bringel
Hospital São Domingos - São Luís - Maranhão - Brasil

Introdução: As extrassístoles (ES) idiopáticas ocorrem em indivíduos sem cardiopatia estrutural, sendo a Extrassístole Fascicular (EF) originária de algum fascículo do sistema His-Purkinje. A ablação é o tratamento de primeira linha, enquanto o uso de ß-bloqueadores, bloqueadores dos canais de cálcio não di-hidropiridinicos(BCCND) ou antiarrítmicos da classe IC de Vaughan-Williams pode ser uma alternativa. Diferente de outras ES idiopáticas, a EF pode ter uma melhor resposta ao BCCND, o que torna importante reconhecê-la. Além disso, existem poucos dados sobre o uso do Pidolato de Magnésio (PM) neste subgrupo de ES. Métodos: Estudo observacional e descritivo do tipo relato de caso, com dados obtidos via prontuário e com assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Relato de caso: Mulher, 45 anos, sem comorbidades, em uso de Cloridrato de Propafenona (CP) 600mg/dia e Succinato de Metoprolol 100mg/dia para tratamento de ES, comparece ao ambulatório com queixa de palpitações, dispneia e tontura aos moderados esforços. Foi submetida a duas ablações por radiofrequência. Foi solicitado um eletrocardiograma que evidenciou ES originadas do fascículo anterossuperior esquerdo, cujo QRS é relativamente estreito, com morfologia de bloqueio de ramo direito em V1, com rS em DI e AVL, Rs em V6, qRs em DII e qR em DIII e AVF. O Holter de 24h evidenciou 28.913 EF (27%). Diante do quadro, optou-se por manter o CP e substituir o ß-bloqueador pelo Cloridrato de Diltiazem 120mg/dia e PM 260mg/dia. Após 5 meses, a paciente retornou com melhora completa dos sintomas e com novo Holter que evidenciou a ausência de EF. Considerando o controle dos sintomas e desejo da paciente de reduzir as medicações, o BCCND foi suspenso, permanecendo em uso apenas do PM, e a paciente mantém-se assintomática e sem recorrência de arritmias após 8 meses. Conclusão: Apesar da ablação ser a primeira linha de tratamento para EF, nem todos os casos serão efetivos e, assim, dentre as opções medicamentosas, destaca-se a associação de BCCND e PM ao CP, que teve uma eficácia superior a associação de CP com ß-bloqueador. Nesse sentido, torna-se importante reforçar que, embora os BCCND sejam pouco lembrados na prática médica e com baixa disponibilidade nas farmácias e embora o PM tenha sido pouco estudado nesse subgrupo de ES, é notável sua eficácia no tratamento da EF neste relato de caso.

 

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