Introdução: A amiloidose cardíaca (AC), CID e85, é uma doença de rápida progressão e prognóstico reservado, com sobrevida mediana variando de meses a poucos anos. Inicialmente considerada rara, avanços na imagem cardíaca revelaram sua prevalência significativa em grupos específicos. O diagnóstico e prognóstico precoces são cruciais para otimizar o tratamento e retardar a progressão da doença, independentemente das diferenças nos subtipos e apresentações clínicas. Objetivos: Avaliar o perfil de mortalidade por Amiloidose a nível Brasil e Estado de São Paulo entre os anos de 2010 a 2023. Métodos: Este estudo é um levantamento epidemiológico de origem ecológica, descritiva, transversal e retrospectiva. Os dados analisados foram obtidos a partir de casos novos registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), disponíveis na base de dados online do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). A pesquisa abrangeu óbitos por Amiloidose ocorridos entre 2010 e 2023, em São Paulo e no Brasil. As variáveis analisadas incluíram número de óbitos por amiloidose, ano, faixa etária e sexo. Resultados: Entre 2010 e 2023, foram registradas 2.566 mortes por AC no Brasil, das quais 1.143 (44,5%) ocorreram em homens e 870 (33,9%) em mulheres. No Estado de São Paulo, especificamente, contabilizaram-se 318 óbitos masculinos (12,3%) e 235 femininos (9,1%). Quanto à distribuição racial, observou-se predominância da etnia branca, com 1.192 óbitos em nível nacional e 401 em São Paulo, seguida pela parda, com 545 mortes no Brasil e 79 no estado. Notadamente, o número de óbitos por amiloidose apresentou um crescimento exponencial na última década, com uma média anual de 197 mortes, sendo 553 registradas em São Paulo, representando cerca de 21,5% do total nacional. Conclusão: A amiloidose cardíaca (AC) é uma condição de alta morbimortalidade, com crescente número de óbitos no Brasil entre 2010 e 2023, predominantemente em homens e indivíduos da etnia branca. Esses dados reforçam a necessidade de diagnóstico precoce, acompanhamento contínuo e aprimoramento no manejo clínico, incluindo maior acesso a tecnologias de imagem e terapias específicas, para conter a progressão da doença e melhorar os desfechos clínicos.
Palavras-chave: "Amiloidose cardíaca"; "Diagnóstico precoce"; "Aprimoramento de manejo”.