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Perfil Clínico e Incidência de eventos cardiovasculares em 5 anos de seguimento em pacientes com MINOCA: Registro regional de 199 pacientes em um hospital terciário de Cardiologia

Kelvyn Melo Vital, Bruno Blaas, Bianca Arruda, Bruno Pomárico, Rogério Muylaert, Marina Giannini, Raphael Rossi, Maria Isabel Del Monaco, Barbara Valente, Ricardo Pavanello
INSTITUTO DANTE PAZZANESE DE CARDIOLOGIA - - SP - BRASIL

Introdução: O infarto do miocárdio sem lesões obstrutivas (MINOCA) é uma condição cada vez mais relevante devido sua importância prognóstica e os avanços nos métodos diagnósticos. Suas causas são diversas e o prognóstico desses pacientes não é benigno com risco aumentado de morte e novos eventos cardiovasculares. Este estudo analisa variáveis clínicas e desfechos de pacientes diagnosticados com MINOCA em um centro terciário de cardiologia.

Métodos: Nesta coorte de centro único, todos os pacientes que preencheram os critérios diagnósticos para MINOCA com (1) IAM (2) ausência de estenose coronária ≥ 50% na artéria relacionada ao infarto e (3) nenhuma outra causa específica clinicamente evidente entre março de 2020 e fevereiro de 2025 foram incluídos com um acompanhamento médio de 33 (8-52) meses.

Resultados:Dos 199 pacientes, 51,8% eram mulheres com média de idade em 50,8 anos de idade (42,0-59,0). 22,2% tinham diabetes, 46,5% dislipidemia, 60,6% hipertensão. A apresentação clínica predominante foi IAMSSST (55,6%). 40,9% dos pacientes não tiveram uma etiologia identificada. O mecanismo fisiopatológico mais prevalente foi ruptura da placa < 50% (15,7%), seguido de tromboembolismo (13,1%) e dissecção espontânea de coronária (12,1%). Apenas 2,5% realizaram tomografia de coerência óptica (OCT) ou ultrassom intravascular (IVUS). Nenhum teste provocativo foi realizado. 42.1% realizaram ressonância magnética cardíaca (RMC), com mediana de tempo para realização de 180,0 (22- 722,5) dias após o evento. Em relação à medicação prescrita na alta hospitalar, (77.8% tiveram betabloqueador e IECA/BRA prescritos, 33% iniciaram anticoagulação e 42,6% receberam dupla antiagregação plaquetária (DAP). Apenas uma revascularização foi necessária, em um caso grave de dissecção de coronária (0,5% total - 4% no subgrupo de dissecção). Um dos pacientes necessitou de transplante cardíaco durante o seguimento, fato não relatado anteriormente na literatura. A incidência do desfecho composto (morte CV, novo IAM, AVC e internação CV) em 36 meses foi de 28%, as custas principalmente de nova hospitalização cardiovascular (16.8%). A incidência de novo IAM foi de 6,5% e de AVC 4,9%. Ocorreram 5 óbitos (2.7%), dos quais 4 foram por choque cardiogênico.

Conclusão: MINOCA é uma síndrome complexa que exige uma abordagem diagnóstica diferenciada e terapêutica personalizada. A análise descritiva deste estudo demonstra a prevalência de fatores de risco cardiovasculares clássicos, a diversidade de etiologias e a importância do seguimento clínico adequado para prevenir complicações e recorrências.

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