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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Associação entre Troponina T ultrassensível pré-operatória e complicações clínicas após cirurgia de revascularização do miocárdio

Raphael Fernandes C V Alves, Ludmila Souza da Cunha , Luiz Carlos Volpi Junior, Maria Paula Belini, Patrícia Silva de Marco, Marcelo A Nakazone , Maurício N Machado
FACULDADE MEDICINA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO – FAMERP - - SP - BRASIL

Introdução: Valores pré-operatórios de troponina T de alta sensibilidade (hsTnT) já foram estudados no contexto da cirurgia de revascularização do miocárdio (RM) para avaliar seu impacto nos resultados pós-operatórios. Entretanto, seu valor prognóstico ainda permanece incerto.

Objetivo: Investigar a associação entre os níveis basais de hsTnT e a incidência de complicações clínicas e mortalidade em até 30 dias após cirurgia de RM. Métodos: Avaliamos 1266 pacientes adultos submetidos a RM, divididos em dois grupos de acordo com os níveis hsTnT coletados imediatamente antes da cirurgia: grupo 1 – hsTnT abaixo do limite de normalidade (≤14 ng/L); grupo 2 – hsTnT acima do limite de normalidade (>14 ng/L). Análises de regressão de Cox foram realizadas para avaliar a associação entre os valores basais de hsTnT e a mortalidade hospitalar em até 30 dias.

Resultados: Sessenta por cento dos pacientes foram operados devido à síndrome coronária crônica, enquanto 40% apresentavam síndrome coronária aguda. Cerca de 54% dos pacientes possuíam niveis basais elevados de hsTnT. Nesse grupo, 77% tinham aumentos de hsTnT até 5 vezes o valor de referência (15 a 24 horas) (11,8% vs 5,4%; P<0,001). Houve maiores taxas de readmissão (7,8% vs 4,4%; P=0,010) e de permanência em leito intensivo (3 dias vs 4 dias; P<0,001). A mortalidade hospitalar em até 30 dias foi de 3,9%, sendo 1,9% no grupo 1 e 6,9% no grupo 2 (P<0,001). Análise de regressão de Cox ajustada para idade (a cada 10 anos), sexo (referência: masculino), função renal basal (a cada 10 mL/min/1,73 m² de taxa de filtração glomerular estimada pela fórmula CKD-EPI 2021), cirurgia de urgência/emergência e tempo de circulação extracorpórea (a cada 10 minutos) mostrou que hsTnT basal elevada foi um preditor independente de risco nesta amostra [Hazard Ratio (HR): 2,74; Intervalo de Confiança (IC) 95%: 1,31 a 5,73; P=0,007]. Análise de subgrupos mostrou resultado semelhante nos pacientes operados devido à síndrome coronária crônica (HR: 2,82; IC 95%: 1,16 a 6,82; P=0,022), mas não naqueles operados em vigência de síndrome coronária aguda (HR: 3,60; IC 95%: 0,83 a 15,60; P=0,087).

Conclusão: Nesta população, a presença de hsTnT basal elevada foi um preditor de mortalidade hospitalar em até 30 dias. Este grupo apresentou maior morbidade e maior permanência em unidade de terapia intensiva.

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