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Comunicação Interatrial Tipo Seio Venoso Superior Associada à Drenagem Venosa Pulmonar Anômala: Relato de Caso

Matheus Lorenzetti Peron, Gabriela de Pinho Domingues, Carlos Sérgio Haber Carvalho, Wellington dos Santos Ferreira Júnior, Thamires Auxiliadora Oyan , Kelvin Henrique Vilalva, Hsu Gwo Jen, Kelvyn Melo Vital
INSTITUTO DANTE PAZZANESE DE CARDIOLOGIA - - SP - BRASIL

 

Introdução

As comunicações interatriais (CIA) representam um dos defeitos cardíacos congênitos mais prevalentes, sendo a variante do tipo seio venoso superior uma forma menos frequente, correspondendo a cerca de 5-10% dos casos. Essa condição pode se associar à drenagem venosa pulmonar anômala (DVPA), levando a um shunt esquerda-direita significativo e consequente sobrecarga volumétrica das cavidades direitas. O diagnóstico pode ser tardio, muitas vezes ocorrendo apenas na idade adulta, quando o paciente passa a apresentar sinais clínicos de insuficiência cardíaca e repercussão hemodinâmica. Este relato descreve um caso de CIA tipo seio venoso superior com DVPA associada, diagnosticado em um paciente adulto sintomático.

Relato do Caso 

Paciente masculino, 52 anos, ex-tabagista, sem comorbidades prévias conhecidas, encaminhado para avaliação em hospital terciário devido a quadro de angina aos esforços, dispneia progressiva aos médios esforços, ortopneia e dispneia paroxística noturna. Ao exame físico, apresentava bulhas normofonéticas, com hiperfonese de segunda bulha (B2) e sopro sistólico ejetivo audível em foco pulmonar, ECG revelou ritmo sinusal, desvio do eixo elétrico para a direita e bloqueio de ramo direito.

A ecocardiografia transesofágica evidenciou a presença de CIA tipo seio venoso superior, medindo 23 mm, com fluxo anômalo de shunt esquerda-direita. Adicionalmente, detectou-se drenagem anômala das veias pulmonares superior e inferior direitas para a veia cava superior, com uma boca da desembocadura ampla, medindo cerca de 36mm,  corroborando o diagnóstico de uma CIA associada à DVPA. A angiotomografia de coronárias confirmou CIA tipo seio venoso superior medindo aproximadamente 20 mm, reforçando o diagnóstico estrutural.

Discussão

A CIA tipo seio venoso superior pode permanecer assintomática até a quarta ou quinta década, quando a sobrecarga das câmaras direitas se torna significativa. Shunts persistentes levam à hipertrofia e dilatação das câmaras direitas, aumentando o risco de hipertensão pulmonar, arritmias e insuficiência cardíaca direita.

Neste caso, a dilatação cardíaca indicou repercussão hemodinâmica relevante, impossibilitando o fechamento transcateter. A correção cirúrgica foi a escolha terapêutica adequada.

Conclusão

 Este relato destaca a importância da suspeição clínica e dos exames de imagem no diagnóstico tardio de cardiopatias congênitas. A avaliação precisa da repercussão funcional e estrutural da CIA tipo seio venoso superior associada à DVPA é essencial para definir a melhor abordagem terapêutica individualizada. 

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