Introdução: As catecolaminas parecem ter papel fundamental na Síndrome de Takotsubo que diversas vezes foi descrita como complicação do feocromocitoma. Objetivo: Relatar o caso de uma paciente em que a Cardiomiopatia de Takotsubo, auxiliou no diagnóstico de um Feocromocitoma de comportamento maligno. Metodologia: Trata-se de um relato de caso. Os dados foram obtidos por meio de prontuário eletrônico e entrevista com o paciente. Caso Clínico: Paciente de 52 anos, com hipertensão arterial e ansiedade. Admitida devido precordialgia de forte intensidade, apresentava-se hipertensa e com exame físico dentro da normalidade. Eletrocardiograma com ritmo sinusal e alterações de repolarização inespecíficas. Solicitado troponinas e realizado AAS quando paciente evoluiu com melhora total da dor. Em observação, apresentou recorrência da dor e o novo eletrocardiograma com elevação de segmento ST em parede anterior e troponinas com curva. Encaminhada para estratificação invasiva: ventriculografia compatível com Takotsubo médio ventricular e ausência de lesões coronarianas obstrutivas. Permaneceu estável durante a internação recebendo alta. No seguimento ambulatorial, ecocardiograma demonstrou normalização da função ventricular e a paciente relatou que há um ano havia iniciado episódios de picos pressóricos e hipotensão, sudorese, cefaleia, tremores e palpitações frequentes. Metanefrinas urinárias acima dos valores de referência. Tomografia de abdomem com nódulo em adrenal esquerda e Cintilografia evidenciando área focal em topografia de adrenal esquerda, sugestiva de lesão de origem neuroectodérmica. Realizado preparo pré-operatório com betabloqueador e alfabloqueador e submetida adrenalectomia. Anatomopatológico evidenciando feocromocitoma e lesão preocupante para comportamento biológico maligno.Discussão: A Síndrome de Takotsubo é um importante diagnóstico diferencial de dor torácica e pode ter diversas etiologias, sendo uma delas o feocromocitoma. Feocromocitomas são neoplasias endocrinológicas raras produtoras de catecolaminas e correspondem a 0,1% a 0,5% dos casos de hipertensão arterial. A frequência de malignidade é de 10%, podendo chegar até 36% se incluídos os paragangliomas. No caso, o seguimento da paciente, auxiliou no diagnóstico de um feocromocitoma. Conclusão: A paciente apresentou Cardiomiopatia de Takotsubo e o seu seguimento possibilitou o diagnóstico de um Feocromocitoma com comportamento maligno. Trata-se de caso relevante, visto que, elucidou a importância da investigação etiológica dos pacientes que apresentam cardiomiopatia por estresse.