SOCESP

Tema Livre

TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

DISSECÇÃO ESPONTÂNEA DE CORONÁRIAS COMO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DA SÍNDROME CORONARIANA AGUDA

Guilherme Silva Mendes Gaia, Renato Donato Barros, Jackelline Camargo Preto, Hussein Ali El Zein, Vitor Scallone Netto, Maria Eduarda Menezes de Siqueira
UNIFESP - Univers. Federal de São Paulo - São Paulo - SP - BRASIL

Introdução A dissecção espontânea da artéria coronária (SCAD – Spontaneous Coronary Artery Dissection) é uma causa subdiagnosticada de síndrome coronariana aguda (SCA), sendo até 70% dos casos identificados apenas na necrópsia. Embora sua incidência seja incerta, algumas séries de casos sugerem predomínio em mulheres jovens. A fisiopatologia envolve enfraquecimento da parede vascular associado ao aumento da pressão intraluminal, levando à ruptura e formação de uma falsa luz entre as camadas íntima e média do vaso. Com os avanços dos métodos diagnósticos, a cineangiocoronariografia seriada pode ser uma ferramenta crucial para o acompanhamento e tratamento desses pacientes.

Relato T.R do sexo feminino, 50 anos, admitida em hospital secundário com precordialgia caracterizada como 9/10, com irradiação para mandíbula e membros superiores. Antecedentes pessoais: hipotiroidismo e tabagismo. Eletrocardiograma evidenciou infarto agudo do miocárdio com supra de ST em parede anterolateral (V2-V6; D1 e aVL). Submetida à trombólise, sem critérios de reperfusão, sendo encaminhada ao serviço terciário para estratificação invasiva. Cineangiocoronariografia (CATE) evidenciou coronárias sem lesões obstrutivas, porém com afilamento difuso médio-distal da artéria descendente anterior (ADA). Ecocardiograma transtorácico (ECOTT) revelou disfunção ventricular grave, com fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) de 29% pelo método de Simpson. Ressonância magnética cardiovascular (RMC) identificou FEVE de 30%, miocardiopatia dilatada com disfunção sistólica importante do ventrículo esquerdo com área de fibrose de padrão isquêmico no território usualmente irrigado pela artéria descendente anterior e trombo intracavitário. Realizado tratamento clínico otimizado e encaminhada para seguimento ambulatorial. Repetido CATE quatro meses depois confirmando importante afilamento prévio da ADA com subsequente aumento da espessura do vaso, indicando reabsorção do hematoma e recuperação da arquitetura coronária.

Conclusão A SCAD pode ser mais prevalente do que se acredita, sendo frequentemente subdiagnosticada. A cineangiocoronariografia seriada, assim como a imagem intravascular, desempenha um papel fundamental no diagnóstico precoce e no acompanhamento da recuperação coronariana, permitindo melhor entendimento da doença e sua evolução clínica.

Realização e Secretaria Executiva

SOCESP

Organização Científica

SD Eventos

Agência Web

Inteligência Web
SOCESP

45º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo

19, 20 e 21 de Junho de 2025