INTRODUÇÃO: As veias varicosas decorrem da hipertensão venosa de cunho estrutural ou funcional nos membros inferiores. Nesse contexto, esse mal funcionamento pode ocasionar uma queda da qualidade de vida e uma consequente morbidade. Dessa forma, é importante a análise epidemiológica da internações hospitalares por veias varicosas nos membros inferiores no estado de São Paulo.
OBJETIVO: Este estudo tem como objetivo analisar a morbidade hospitalar por veias varicosas dos membros inferiores no estado de São Paulo no período de janeiro de 2020 a novembro de 2024, com base em dados do DATASUS. Serão investigados os padrões regionais, as variações segundo sexo, faixa etária e ano, bem como a evolução das taxas e as tendências epidemiológicas ao longo do período analisado.
METODOLOGIA: Estudo epidemiológico descritivo e retrospectivo com dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), via DATASUS, abrangendo internações por veias varicosas nos membros inferiores em São Paulo de janeiro de 2020 a novembro de 2024. Foram analisadas internações segundo região, sexo, faixa etária e ano, utilizando frequência absoluta e relativa, além de regressão linear para tendências temporais.
RESULTADOS: Observou-se uma alta prevalência da doença entre as mulheres, que representam mais de 76% das internações, enquanto os homens correspondem a 23%. Do total de internações registradas, 91,8% foram eletivas, enquanto apenas 8% ocorreram por urgência. A maior incidência da doença ocorreu na faixa etária de 50 a 59 anos, com mais de 30 mil casos registrados. A população branca foi a mais atingida (58,2%), seguida pela parda (32,8%). Nos últimos 5 anos, foram registrados mais de 101.110 casos, sendo 2024 o ano com o maior número, totalizando 27.076. Além disso, agosto foi o mês com mais incidência da doença, com 2.718 casos.
CONCLUSÃO: A análise epidemiológica das internações hospitalares por veias varicosas nos membros inferiores no estado de São Paulo nos últimos cinco anos evidencia uma alta prevalência da doença entre mulheres e indivíduos com idade entre 50 e 59 anos. A maioria das internações ocorreu de forma eletiva, demonstrando a natureza predominantemente planejada do tratamento. A predominância entre a população branca e as variações temporais sugerem possíveis influências genéticas e ambientais na incidência da doença. O aumento dos casos ao longo dos anos, com um pico em 2024, reforça a necessidade de estratégias preventivas e de manejo adequado da insuficiência venosa crônica, visando a redução da morbidade e a melhora da qualidade de vida dos pacientes.