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LINFOMA CARDÍACO PRIMÁRIO: UM TUMOR QUE PODE SER OCULTO E FATAL.

Isabella Araujo de Oliveira Nogueira, THAYNÁ F. SODRÉ, GABRIEL E. MEIRA, AIRTON H. M. PRUDÊNCIO, CRISTINA M. R. CARDOSO, EULER C. O. BRANCALHÃO, ANA LÚCIA ZARZANA, FERNANDO L. P. DE CARVALHO, RENAN P. LIMACO, JULIANO N. CARDOSO
Faculdade Santa Marcelina - São Paulo - SP - Brasil, HOSPITAL SANTA MARCELINA - São Paulo - SP - Brasil

INTRODUÇÃO: Tumores cardíacos malignos primários são extremamente raros e desses apenas 1 a 2% são linfoma não-Hodgkin. A prevalência é maior em homens de meia idade e em imunossuprimidos. O átrio direito (AD) é a câmara cardíaca mais acometida e a clínica mais frequente envolve derrame pericárdico, insuficiência cardíaca  e bloqueio atrioventricular. 

CASO CLÍNICO: Homem, 66 anos, com espondilite anquilosante em uso de infliximabe é admitido por quadro súbito de mal-estar, dispneia e bloqueio atrioventricular 2º grau Mobitz 2 (BAV MII) ao eletrocardiograma (ECG). Após passar marcapasso (MP) transvenoso e enquanto aguardava o implante de MP definitivo, foi visto no ecocardiograma (ECO), uma tumoração de 3.5 cm x 2.5 cm em AD e aventadas hipóteses de trombo ou mixoma atrial. Hemoculturas negativas. Iniciada anticoagulação plena, porém paciente evoluiu com insuficiência cardíaca direita e choque obstrutivo, sendo indicada cirurgia. Durante procedimento, foi ressecada massa tumoral acometendo AD e ventrículo direito, removido o trombo em AD de 6x8cm e realizado a reconstrução de AD, entretanto paciente faleceu em sala.  Ao anatomopatológico, linfoma não-Hodgkin difuso de grandes células - imunofenótipo B. 

DISCUSSÃO: O linfoma cardíaco primário é um linfoma não-Hodgkin de células B, agressivo e com prognóstico reservado. O Infliximabe pode predispor ao desenvolvimento de linfoma de células B, pela imunossupressão. O diagnóstico diferencial abrange trombo, endocardite e mixoma atrial, os quais foram considerados no caso. O ECO auxiliou no diagnóstico e a ressonância nuclear magnética, importante no  diagnóstico diferencial, foi impossibilitada pela dependência do MP transvenoso. O BAV MII pode ter sido resultado da infiltração neoplásica do sistema de condução e foi a intercorrência que levou o paciente ao hospital e permitiu o diagnóstico clínico. O aumento do trombo associado ao tumor é umas das hipóteses que levou ao choque circulatório. O tratamento de escolha é quimioterapia, pois a cirurgia, embora necessária para aliviar obstruções  hemodinâmicas agudas, não tem impacto na sobrevida a longo prazo.

CONCLUSÃO: Destacamos a importância de considerarmos tumores cardíacos em pacientes com massas cardíacas e evolução atípica, sobretudo homens de meia idade e imunossuprimidos. A suspeição precoce e o início da quimioterapia são essenciais para a melhora do desfecho. Há uma carência de estudos e relatos como esse, fundamentais para a comunidade cardiológica, ajudando na identificação precoce e no refinamento das estratégias diagnósticas e terapêuticas.

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