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Inversão de onda T em atletas : afastamento obrigatório das atividades competitivas?

Gabriel Martins Pistori, Rafaela Rossini Buso, Rodrigo Otavio Bougleaux Alo, Mariana Ayaka Yamashita, Marcelo Meller Garcez, Gabriel Tamanaha Pacheco , Angelo Augusto Martins Pistori
INSTITUTO DANTE PAZZANESE DE CARDIOLOGIA - - SP - BRASIL

Introdução

A Avaliação Pré-Participação (APP) física tem se tornado um tema cada vez mais relevante na cardiologia, impulsionada pelo aumento de atletas amadores praticando atividades físicas  e pela crescente preocupação com a saúde cardiovascular de atletas profissionais. Esse interesse foi intensificado, infelizmente, pelos eventos maiores, como parada cardíaca e morte súbita, ocorridos durante competições de maratonas e partidas de futebol de grande escala.

Descrição do caso 

Investigação realizada no ambulatório de Cardiologia do Esporte de um hospital quaternário na cidade de São Paulo/SP.  Homem de 44 anos, ex-atleta profissional de futsal até 2014, iniciou acompanhamento cardiológico após a identificação de uma alteração eletrocardiográfica durante a realização de um teste ergométrico. Não apresentava sintomas cardiovasculares, não fazia uso contínuo de medicações ou suplementos nem possuía histórico familiar de cardiomiopatia ou morte súbita.

A alteração eletrocardiográfica observada, caracterizada por alterações difusas de repolarização, inversão da onda T e depressão do segmento ST em parede anterior(ondas T secundárias) , indicou a necessidade de investigação complementar para garantir segurança na prática de atividades competitivas e de alta intensidade. Realizados exames de imagem, ecocardiograma e ressonância magnética cardíaca, sem evidencia de dilatações, hipertrofias ou fibrose miocárdica. Teste cardiopulmonar com comportamento normal da pressão arterial e frequência cardíaca, boa aptidão física e ausência de arritmias ao esforço. Painel molecular para cardiomiopatia hipertrófica sem variantes gênicas patogênicas.

Após investigação abrangente e sem evidências de doenças estruturais ou genéticas que justificassem o padrão de onda T secundária, concluiu-se que o paciente é apto para atividades físicas de alta intensidade e competição.

Conclusões

Torna-se essencial o conhecimento de padrões eletrocardiográficos que exigem investigações adicionais para avaliação estrutural e elétrica do coração. Entre essas alterações, a inversão da onda T é uma das mais estudadas, sendo frequentemente associada a diferentes condições cardíacas que podem impactar a segurança da prática esportiva. Deve-se investigar ativamente condições patológicas com exames complementares; entretanto, na ausência de alterações, tão importante quanto afastar o atleta, é liberá-lo para a prática de suas atividades competitivas com segurança.

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19, 20 e 21 de Junho de 2025