SOCESP

Tema Livre

TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

O papel da Ressonância Magnética Cardíaca na avaliação da Valvopatia Aórtica

Giancarlo Carnicelli, Leticia Homsani Belo Pereira, Hussein Ali El Zein, Vitor Scalone Netto, Luiz Otavio de Oliveira Filho, Thiago Yuzo Hazuma, Maria Eduarda Menezes de Siqueira
UNIFESP - Univers. Federal de São Paulo - São Paulo - SP - BRASIL

INTRODUÇÃO: As doenças valvares aórticas têm alta morbimortalidade e diagnóstico crescente pelo aumento da expectativa de vida. O diagnóstico precoce é crucial, pois o tratamento definitivo é geralmente cirúrgico. A avaliação por imagem é essencial para determinar a gravidade e planejar o tratamento. O Ecocardiograma (ETT) é o padrão ouro para avaliar anatomia e função valvar, mas a Ressonância Magnética Cardíaca (RMC) tem mostrado boa acurácia, especialmente em casos com limitações do ETT. Este relato aborda a importância da RMC no contexto de lesão valvar aórtica.

RELATO DO CASO: Paciente de 53 anos foi atendido com queixa de precordialgia com Troponina e ECG sem alterações, considerado Angina Instável de alto risco. A cineangiocoronariografia não revelou obstruções coronárias, mas mostrou calcificação valvar aórtica. O ETT mostrou dilatação das cavidades esquerdas, disfunção sistólica leve do ventrículo esquerdo (FEVE=42%) com alteração segmentar da contratilidade, fibrocalcificação moderada da valva aórtica (gradiente sistólico médio de 40 mmHg e área valvar de 1,0 cm²) e insuficiência aórtica moderada com jato excêntrico. Por limitação da janela acústica do ETT, foi realizada a RMC. A cineRM revelou valva aórtica trivalvular fibrocalcificada com redução de sua abertura e jato de insuficiência (fig 1A), área valvar indexada de 0,71 cm² calculada pela planimetria (fig 1B). A sequência de phase contrast indicou velocidade de pico de 4,76 m/s (fig 1C) e insuficiência importante (fração regurgitante de 63%) (fig 1D). A análise do realce tardio mostrou realce tardio subendocárdico focal na parede inferior do VE que pode corresponder a pequeno infarto cardio-embólico (fig 1E e 1F).

DISCUSSÃO: A tecnologia de imagem cardíaca evoluiu, permitindo imagens detalhadas das válvulas e miocárdio. Embora a RMC tenha limitações operacionais, estas são atenuadas com melhorias nos protocolos de aquisição. As vantagens da RMC sobre o ETT incluem a capacidade de quantificar a área valvar e a fração regurgitante com precisão, especialmente em pacientes com janelas acústicas limitadas, jatos excêntricos e múltiplos. A RMC permite adicionalmente a caracterização da fibrose miocárdica com a técnica de realce tardio.

CONCLUSÃO: O diagnóstico das valvopatias aórticas continuam a evoluir com novas tecnologias. Embora o ETT seja fundamental na investigação inicial, a RMC se posiciona como uma importante alternativa diagnóstica e de planejamento cirúrgico, especialmente quando o ETT é inconclusivo e também na avaliação do realce tardio em pacientes com fração de ejeção reduzida.

Realização e Secretaria Executiva

SOCESP

Organização Científica

SD Eventos

Agência Web

Inteligência Web
SOCESP

45º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo

19, 20 e 21 de Junho de 2025