Introdução: O infarto agudo do miocárdio (IAM) permanece uma das principais causas de morbimortalidade mundial. O diagnóstico precoce e a estratificação de risco são essenciais para otimizar o manejo e reduzir complicações. Embora as troponinas de alta sensibilidade (TnHs) sejam amplamente utilizadas, biomarcadores emergentes como ST2, galectina-3, copeptina e microRNAs vêm ganhando destaque por fornecerem informações prognósticas complementares, permitindo um refinamento na estratificação de risco cardiovascular.
Métodos: Foi realizada uma revisão narrativa baseada em estudos publicados entre 2018 e 2024 nas bases PubMed, SciELO e ResearchGate, incluindo ensaios clínicos e revisões sobre biomarcadores no diagnóstico do IAM. Foram analisados dados de sensibilidade, especificidade e aplicabilidade clínica dos biomarcadores tradicionais (troponinas e CK-MB) versus emergentes (ST2, galectina-3, copeptina e microRNAs).
Análise Estatística: Os valores de sensibilidade e especificidade foram extraídos dos estudos selecionados e comparados entre biomarcadores tradicionais e emergentes. A significância estatística foi considerada para p<0,05.
Resultados: Os biomarcadores emergentes demonstraram potencial para aprimorar a estratificação de risco no IAM. O ST2 apresentou alta sensibilidade (92%) e especificidade (94%), enquanto a galectina-3 mostrou valores de 88% e 89%, respectivamente. A copeptina, quando associada às troponinas, melhorou a detecção precoce do IAM em até 30%. MicroRNAs específicos exibiram alta correlação com a extensão do dano miocárdico, sendo promissores para prognóstico. Comparativamente, as troponinas de alta sensibilidade ainda apresentam os maiores valores de especificidade (98%), mas sua sensibilidade isolada pode ser limitada em estágios muito precoces do infarto.
Conclusão: Os biomarcadores emergentes, quando usados em conjunto com as troponinas, oferecem uma abordagem multimodal na estratificação do risco do IAM. A incorporação desses marcadores na prática clínica pode otimizar o diagnóstico precoce, permitindo intervenções mais rápidas e personalizadas, melhorando os desfechos cardiovasculares.