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O remodelamento cardíaco na obesidade não está associado exclusivamente ao acúmulo de gordura na região visceral

Marina Corrêa Camacho, Juliana Silva Siqueira, Gabriela Souza Barbosa, Taynara Aparecida Vieira, Renan Floret Turini Claro, Silméia Garcia Zanati Bazan, Dijon Henrique Salomé de Campos
Universidade do Oeste Paulista- UNOESTE - Jau - São Paulo - Brasil, FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU - - SP - BRASIL

Introdução: Evidências sugerem que, em condição de obesidade, o modo que a gordura é distribuída nos depósitos corporais, pode desempenhar um papel crítico no desenvolvimento de doenças cardíacas. A região visceral é relatada como a que maior representa risco, uma vez que possui grande quantidade de células do sistema imunológico secretoras de citocinas pro - inflamatórias.  Portanto, outros depósitos de gordura expandem à medida que a obesidade se agrava, podendo também comprometer o desempenho do coração. Objetivo: Correlacionar o peso dos diferentes depósitos de gordura com indicadores de ecocardiográficos em ratos obesos com remodelação cardíaca. Métodos: Foram utilizados ratos Wistar machos distribuídos em 2 grupos (n=10) para receberem dieta controle  e dieta rica em açúcar simples e gordura saturada, por 30 semanas. No fim do experimento, foi realizado o ecocardiograma e, em seguida, após anestesia, os animais foram eutanasiados. Foram coletados e pesados os depósitos de gordura: visceral (TAV), retroperitonial (TAR), e epididimal (TAE). (CEUA: 1393/2021). Análise estatística: Os dados foram analisados pelo teste t de Student para comparação entre grupos e as correlações entre o peso dos depósitos de gordura e os parâmetros ecocardiográficos foram avaliadas por regressão linear. Resultados: Os animais obesos apresentram remodelamento cardíaco (Tabela 1) e maior quantidade de gordura em todos os depósitos em relação ao grupo controle (p<0, 001). A correlação linear se mostrou positiva para EDPP (TAV: r=0.589, p=0.006; TAR: r=0.550, p=0.012), EDSIV (TAV: r=0.529, p=0.017; TAR: r=0.503, p=0.027) e E/E' (TAV: r=0.524, p=0.018; TAR: r=0.502, p=0.024). Em contrapartida, observou-se correlação negativa entre fração de ejeção (TAV: r=-0.637, p=0.003; TAR: r=-0.690, p=0.001; TAE: r=-0.566, p=0.009) e % encurtamento endocárdico (TAV: r=-0.708, p<0.001; TAR: r=-0.728, p<0.001; TAE: r=-0.532, p=0.016). O TAE apresentou correlação menos significativa com os parâmetros analisados. Conclusão: O remodelamento cardíaco na obesidade não está restrito apenas ao acúmulo de gordura na região visceral e sim em todos os locais, reforçando a importância da avaliação de diferentes compartimentos adiposos na obesidade e suas repercussões cardíacas.

 

 

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