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CONGESTÃO SUBCLÍNICA NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA: RELAÇÃO ENTRE ALTA HOSPITALAR E TAXA DE REINTERNAÇÃO

Ana Caroline Abdo, Alejandro Augusto López Silva, Fernanda Simões Fortes Guimarães, Kristie Erdmann Cordeiro, Letícia Kayuri Forti, Tainá Toniolo, Thais Manuella Beraldin Carstens, Ana Karyn Ehrenfried de Freitas
Universidade Positivo - Curitiba - Paraná - Brasil

Introdução

A insuficiência cardíaca (IC) é uma das principais causas de morbidade e mortalidade hospitalar, com altas taxas de reinternação. Embora sinais clínicos de congestão sejam utilizados para avaliação, a congestão subclínica – aquela não detectável pelo exame físico, mas identificada por Point-of-Care Ultrasound (POCUS) – pode representar um marcador de risco de reinternação. Este estudo investigou a relação entre congestão subclínica na alta hospitalar e as taxas de reinternação em 60 dias.

Métodos

Estudo prospectivo com 75 pacientes maiores de 18 anos internados por IC descompensada em um hospital. A congestão subclínica foi avaliada por POCUS, analisando diâmetro e variabilidade da veia cava inferior, além da presença de Linhas B para congestão pulmonar. Dados clínicos como idade, comorbidades, fração de ejeção e sinais clínicos de congestão foram registrados. O desfecho primário foi a reinternação em até 60 dias, analisado por correlação de Pearson e regressão logística.

Resultados

A amostra incluiu 75 pacientes, sendo 57,3% homens, com média de idade de 68,32 ± 1,39 anos. Destes, 24% (n=18) foram reinternados em 60 dias. As etiologias da IC foram 36% isquêmica, 13,3% valvar e 32% idiopática. Quanto à função cardíaca, 56% tinham fração de ejeção reduzida, 8% levemente reduzida e 21,3% preservada. As comorbidades mais comuns foram hipertensão (84%), doença arterial coronariana (49,3%), dislipidemia (48%) e tabagismo (48%). Durante a alta, 9,3% apresentaram ingurgitamento jugular, 25,3% edema de membros inferiores, 17,3% murmúrio vesicular reduzido e 4% derrame pleural, enquanto 52% apresentaram Linhas B ao POCUS. Não houve diferença significativa no diâmetro da veia cava entre reinternados e não reinternados (p=0,684), mas a variabilidade da veia cava foi menor nos reinternados (26,8%) em comparação aos não reinternados (35,25%) (p=0,131), sem correlação com reinternação na regressão logística. Nenhuma variável clínica mostrou associação significativa com reinternação (p>0,05).

Conclusão

Embora a congestão subclínica seja comum em pacientes com IC descompensada, sua presença na alta não esteve significativamente associada ao risco de reinternação em 60 dias. A avaliação por POCUS continua sendo uma ferramenta útil para o manejo intra-hospitalar, mas, devido ao pequeno tamanho da amostra, não foi possível estabelecer sua validade como preditor de desfechos. Estudos adicionais com maior poder estatístico são necessários para esclarecer essa relação.

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