INTRODUÇÃO: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é um fator de risco importante para doenças cardiovasculares (DCV), contribuindo para elevada morbimortalidade. O manejo adequado é essencial para prevenir complicações, como o infarto agudo do miocárdio (IAM) e o acidente vascular cerebral (AVC). Estatinas, que inibem a HMG-CoA redutase, são utilizadas na prevenção de DCV por reduzirem os níveis séricos de LDL, triglicerídeos e aumentar o HDL. Tais fármacos, também melhoram a função endotelial, diminuem a inflamação e o estresse oxidativo, beneficiando pacientes hipertensos. Entretanto, o impacto das estatinas em hipertensos sem dislipidemia ainda é debatido. Portanto, este estudo objetiva avaliar a associação entre estatinas e desfechos cardiovasculares em hipertensos. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo epidemiológico retrospectivo, utilizando dados referentes ao número de internações por IAM entre janeiro de 2019 e novembro de 2024, por meio da plataforma “DATASUS". A pesquisa incluiu revisão bibliográfica no Google Acadêmico, Scielo e Pubmed, utilizando os descritores “estatinas”, “cardiovascular”, “infarto agudo do miocárdio”, “acidente vascular encefálico isquêmico”, “hipertensão arterial primária”. RESULTADOS: Ao todo, 902.075 casos de internação hospitalar por IAM foram notificados e registrados no DATASUS entre 2019 e 2024, sendo a região Sudeste com a maior incidência, totalizando 438.592 ocorrências. A terapia com estatinas reduz a mortalidade em indivíduos com ou sem DCV, contudo, as diretrizes brasileiras e internacionais recomendam a estratificação do risco para indicar o seu uso. Em 513 pacientes analisados: 96 (18,7%) não faz uso de estatinas, 169 (32,9%) utilizam sinvastatina 20 mg, 202 (39,3%) com 40 mg e 46 (9%) com estatinas de alta potência. Foi observado que doses maiores e estatinas potentes mostraram melhores recuperações. Portanto, é recomendado o uso de estatinas de alta potência para pacientes com alto risco de DCV e o seu uso precoce reduz eventos cardiovasculares. CONCLUSÃO: A dose e a potência das estatinas são fatores-chave na conduta médica, variando conforme o risco cardiovascular e a hipertensão preexistente. O acompanhamento individual é essencial para definir a terapia mais eficaz. Estatinas de alta potência mostram benefícios em pacientes de maior risco. Porém, apesar da combinação com anti-hipertensivos ser vantajosa, especialmente em casos de dislipidemia e alto risco cardiovascular, mais estudos observacionais são necessários para confirmar sua efetividade e segurança no controle da doença.