Introdução: A coarctação da aorta (CoAo) é uma malformação congênita estrutural na qual há um estreitamento da luz da aorta, dificultando a passagem do sangue. A condição acomete normalmente a aorta ascendente, junto ao canal arterial e próximo a origem da artéria subclávia esquerda, e representa de 8 a 10% das cardiopatias congênitas, podendo estar associada a outras anomalias. Visto que de 20 a 30% dos pacientes com CoAo desenvolvem IC aos 3 meses de idade, se faz necessário a adoção de tratamento clínico, quando possível, para estabilização do quadro seguido de correção cirúrgica para evitar a morte precoce.
Métodos: O estudo realizado consiste em uma análise epidemiológica, descritiva e transversal. Os dados foram coletados no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), no seguimento do Painel de Monitoramento da Mortalidade Infantil e Fetal, no período de 2012 a 2022, referente aos óbitos para coarctação da aorta (CID-10 Q25.1) por região brasileira, faixa etária, sexo e raça/cor.
Resultados: Durante o período analisado, foram contabilizados 831 óbitos por coarctação da aorta, com predomínio na região sudeste, responsável por 382 casos (45,96%), seguido pela região nordeste com 158 (19%) e região sul com 137 (16,4%). No que se refere ao sexo, teve predomínio masculino com 455 óbitos (54,7%). Desse total, 417 (50,1%) tinham entre 0 e 27 dias de vida e 414 (49,8%) tinham entre 28 e 364 dias de vida. Quanto à raça/cor, a ocorrência foi maior em brancos, com 503 (60,5%), seguido pela cor parda com 243 óbitos (29,2%).
Conclusão: A compreensão do perfil de mortalidade em diferentes regiões do país, grupos étnicos, faixa etária e sexo oferece um panorama abrangente, ressaltando a necessidade de estratégias de saúde que levem em consideração as condições clínicas e socioeconômicas associadas para a redução das taxas no país.