INTRODUÇÃO: As doenças respiratórias tornaram-se um dos principais problemas de saúde que afetam as pessoas, especialmente os idosos, uma faixa etária particularmente vulnerável a elas. Estudos mostram que essas doenças também são fatores de risco para questões cardiovasculares. Nesse contexto, compreender essa relação em idosos, por meio de uma análise epidemiológica, é importante para o desenvolvimento de medidas preventivas e terapêuticas.METODOLOGIA: Trata-se de um estudo ecológico descritivo com abordagem quantitativa. A coleta de dados foi realizada nas bases de dados PubMed e Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) entre 2015-2025. A estratégia de busca utilizou o booleano AND com os descritores “respiratory tract diseases” e “cardiovascular events”. No PubMed, foram encontrados 204 artigos e 182 excluídos, 22 analisados e 14 permaneceram. Na BVS, de 80 artigos, 76 foram excluídos, 4 analisados e 1 selecionado. Assim,15 artigos foram selecionados.Os critérios de inclusão foram: estudo completo; inglês; amostra de indivíduos com idade acima de 60 anos; estudos experimentais e observacionais. De exclusão foram: relato de caso; estudos de revisão da literatura; amostra com idade média abaixo de 60 anos e estudos incompletos.RESULTADOS: A análise demonstrou uma correlação significativa entre doenças respiratórias com eventos cardiovasculares em idosos. Os achados baseiam-se em: apneia obstrutiva do sono (AOS), doenças pulmonares obstrutivas crônicas (DPOC) e infecções respiratórias. Os índices hipóxicos, como tempo de dessaturação e redução do sono REM, mostraram-se preditores de risco cardiovascular em pacientes com AOS, pois eles tem risco 2,8 vezes maior de eventos cardiovasculares, com prevalência de taquiarritmias, fibrilação atrial e rigidez arterial. Pacientes com DPOC apresentaram resposta cardiovascular reduzida ao treinamento físico e níveis elevados de inflamação sistêmica (PCR >6 mg/dL), demonstrando que a inflamação crônica gera desfechos cardiovasculares. Nas infecções respiratórias, observou-se que uma grande parcela de pacientes hospitalizados com pneumonia adquirida na comunidade apresentaram disfunção endotelial, acompanhada de níveis elevados de PCR (>20 mg/dL), esses tiveram uma incidência elevada de eventos cardiovasculares.CONCLUSÃO: Doenças respiratórias como AOS e DPOC elevam o risco cardiovascular em idosos por alterações inflamatórias e hemodinâmicas. O CPAP na AOS e a reabilitação pulmonar na DPOC reduzem esse risco. Estratégias de triagem precoce e manejo integrado são essenciais para melhor prognóstico e qualidade de vida.