FUNDAMENTO:
Este estudo visa analisar a eficiência do composto de carboximetilcelulose e polissacarídeo vegetal (Adhesion®, DMC, São Carlos, Brasil) na prevenção de aderências retroesternais e intrapericárdicas.
OBJETIVOS:
Avaliar a eficácia do Adhesion® na redução de aderências pós-toracotomia; Comparar as apresentações em pó e gel.
MÉTODOS:
O estudo ocorreu no NMCE-FCM/UNICAMP, com ratos Wistar aleatorizados em grupos: 1: Controle; 2: Adhesion® em pó (1 g/80 cm²); 3: Adhesion® em gel (1 g/80 cm²).
Os animais foram anestesiados e submetidos à toracotomia esquerda e secção de pericárdio. Realizou-se escarificações no coração para induzir aderências. Depois, foram tratados conforme os grupos. Foram reabordados após 8 semanas e submetidos a eutanásia.
Foram submetidos à mensuração de aderências pelo método de pontuação de aderências (de 0 a 4) segundo Fujita et al por fotos. Foram realizadas lâminas em Tricrômico de Masson para análise histológica, com os seguintes critérios:
Reação inflamatória/lesão epicárdica, caracterizada de 0-3: 0: Sem alterações significativas; 1: Espessamento epicárdico; 2: Lesão com deslocamento ou desmembramento parcial do epicárdio; 3: Elevada alteração de epicárdio, com grande esgarçamento do seu tecido.
Critério de infiltração inflamatória no miocário subjacente, caracterizada de 0-3: 0: Sem alterações de normalidade perceptíveis; 1: Aumento de infiltração celular; 2: Aumento de vascularização; 3: Grande aumento de vascularização em toda a superfície subjacente.
Combinando-se as duas escalas, os grupos foram estudados conforme a análise microscópica em escala de 0-6.
RESULTADOS: Foram operados 8 ratos no grupo 1, 8 no 2 e 7 no 3. O avaliador “cego” pontuou as imagens e analisou as lâminas, os resultados foram expressos em média ± desvio padrão, foram analisados por análise de variância (ANOVA) e as diferenças foram confirmadas por teste de Tukey:
Imagens de 0 a 4: 0: sem alterações; 1: aderências frouxas; 2: aderências moderadas, opacas e mais espessas; 3: aderências claramente espessas, sem evidente aumento de vascularização; 4: grande aderência e com evidente neovascularização. Resultados: Controle 2,25 ± 0,88; pó 1,5 ± 0,53; gel 1±1. O grupo controle apresentou maior escore de aderência em relação ao grupo gel (p=0,021).
Lâminas: Controle 3,12±1,35; pó 1,5±0,53; gel 0,71±0,48.
CONCLUSÃO: O Adhesion® reduziu a formação de aderências e a reação inflamatória no miocárdio em um modelo experimental. A formulação em gel apresentou melhores resultados.