Introdução:O século XX evidenciou mudanças nas causas de mortalidade. Nessa transição, doenças cardiovasculares, sobretudo doença arterial coronariana (DAC), tornaram-se as causas mais comuns de morte. A Organização Mundial da Saúde estimou os óbitos mundiais por DAC em 2020 em 11 milhões. No Brasil a prevalência da DAC na população é de 5% a 8%. Dados de 2010 evidenciaram 210046 internações por doenças isquêmicas do coração e 99408 óbitos. O estudo de Framingham demonstrou que o risco de DAC após os 40 anos é 49% em homens e 32% em mulheres. O advento desta patologia em indivíduos jovens tem progredido nos últimos anos. Pensando nisso, esse estudo foi desenvolvido a fim de observar e quantificar o risco dos estudantes de medicina apresentarem eventos associados à DAC.
Objetivo:Determinar a incidência de fatores de riscos para DAC, em acadêmicos de medicina; analisando comparativamente os dados encontrados em estudos da população brasileira geral e de mesma faixa etária.
Métodos:Estudo prospectivo, unicêntrico, observacional, baseado em registro, que incluiu alunos de medicina. Coleta de dados pelo Google Forms, com função de feedback de pesquisa.Abordando fatores de riscos para DAC: HAS, diabetes mellitus, colesterol, tabagismo, obesidade e histórico familiar. E fatores protetores como atividade física regular. Dados dos alunos foram protegidos pela lei geral de proteção de dados. Estatísticas descritivas expressas como médias e desvios-padrão, variáveis categóricas expressas como frequências absolutas e relativas. Intervalos de confiança de 95% foram relatados. P<0,05 foi considerado significativo.
Resultados:Dentre os 560 acadêmicos matriculados, entre junho de 23 e maio de 24, foram incluídos 145, que aceitaram participar da pesquisa, sendo 112 (77,2%) mulheres, idade média 23,83±4,24 anos. Destacam-se: tabagismo 22,8%; sobrepeso 27,6%; obesidade 16,6% e atividade física 31,7%. Comparativamente, dados da agência Brasil de 2023 evidenciaram excesso de peso na população geral de 55,4% e prevalência de obesidade na faixa etária de 18 a 24 anos de 17,1%. Da mesma forma, a taxa de tabagismo na população geral é de 12,6%; enquanto a taxa de exercícios físicos é de 36,9%.
Conclusão:O presente estudo envolvendo acadêmicos de medicina reforça os altos índices de excesso de peso na população brasileira, sendo consoante com os dados de obesidade na faixa etária de 18 a 24 anos. Evidencia também uma preocupação com a alta carga tabágica, comparada com a população geral. E destaca o fator protetor do exercício físico, consistente com dados de mesma faixa etária.