Introdução: As cardiomiopatias (CID I42) são doenças do miocárdio caracterizadas por disfunções mecânicas e/ou elétricas que podem levar à insuficiência cardíaca progressiva, incapacidade física e morte cardiovascular. Os principais tipos incluem cardiomiopatia dilatada, hipertrofia miocárdica, cardiomiopatia restritiva e cardiomiopatia arritmogênica do ventrículo direito. No Brasil, fatores de risco como predisposição genética, hipertensão arterial, diabetes, obesidade, sedentarismo e uso de substâncias, como álcool, contribuem para a gravidade dessas condições. Apesar de seu impacto significativo, o diagnóstico precoce enfrenta desafios, como desigualdade de acesso aos serviços de saúde e falta de recursos tecnológicos, o que dificulta o manejo adequado. Objetivo: Descrever o perfil epidemiológico dos óbitos por cardiomiopatias no Brasil com base no levantamento do número de óbitos no período de 2019 a 2023. Método: Estudo quantitativo e transversal que analisou os dados epidemiológicos sobre mortalidade por cardiomiopatias no Brasil entre 2019 e 2023. Os dados foram obtidos na plataforma DATASUS (TabNet), considerando variáveis como sexo, faixa etária, raça e local de residência. O número de óbitos registrados no período foram analisados a partir de gráficos e tabelas. Resultados: De 2019 a 2023, foram registrados 53.672 óbitos por cardiomiopatias no Brasil. Houve predominância de óbitos no sexo masculino (59,9%, com 32.160 óbitos) em comparação ao feminino (40,1%, com 21.504 óbitos). A faixa etária mais acometida foi acima de 70 anos, com destaque para a faixa de 80 anos ou mais. Em relação à raça, os brancos apresentaram o maior número de óbitos (51,69%), seguidos pelos pardos (36,16%). A disparidade nos dados entre os sexos e as raças reflete aspectos hormonais, regionais e sociais associados à doença. Conclusão: O estudo revelou o impacto significativo das cardiomiopatias na mortalidade no Brasil, com destaque para a predominância de óbitos em homens, brancos e idosos acima de 70 anos. Os resultados apontam a necessidade de maior atenção ao diagnóstico precoce, manejo adequado e estratégias preventivas, como o controle dos fatores de risco e a ampliação do acesso aos serviços de saúde. Assim, políticas públicas são essenciais para mitigar as desigualdades e melhorar os cuidados aos pacientes com cardiomiopatias.