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Stent no canal arterial versus Blalock-Taussig modificado em cardiopatia congênita com circulação pulmonar dependente do canal arterial: experiência de um hospital público

Gustavo Rocha Feitosa Santos, Júlia Ferreira Rocha, Thiago Couto Silva, Jorge Emílio Elijach Junior, Junior Charly Florero Pereira, Jéssica de Cássia dos Santos Peloso, Ingrid Aparecida Mesquita Lima, Michele Pellisari Viana Ghisi, Célia Maria Camelo Silva
UNIFESP - Univers. Federal de São Paulo - São Paulo - SP - BRASIL, Hospital Geral de Pirajussara - Taboão da Serra - SP - BRASIL

Introdução: Pacientes com circulação pulmonar dependente do canal arterial (CA) representam um desafio terapêutico, especialmente neonatos não candidatos à correção primária. Esses pacientes requerem procedimentos paliativos, como o shunt sistêmico-pulmonar (Blalock-Taussig modificado – BTM) ou a implantação percutânea de stent no CA.

Objetivo: Comparar a eficácia e os desfechos da implantação de stent no CA com a cirurgia BTM em neonatos e lactentes com circulação pulmonar dependente do CA.

Método: Estudo retrospectivo, longitudinal e unicêntrico. Foram incluídos 91 neonatos e lactentes com cardiopatia congênita dependente do CA, internados entre novembro de 2016 e julho de 2024. Destes, 16 (17,6%) foram submetidos à cirurgia BTM (Grupo 1) e 75 (82,4%) à implantação percutânea de stent no CA (Grupo 2). Foram avaliados idade, peso, sexo, tempo de internação, complicações e óbitos. As análises estatísticas foram conduzidas com os testes qui-quadrado de Pearson e Mann-Whitney (SPSS Statistics 21.0), adotando-se significância de p<0,05.

Resultados: A idade média foi de 35,3 dias no G1 e 17,9 dias no G2 (p=0,231). O peso médio foi de 3,7kg no G1 e 3,1kg no G2 (p=0,07). No G1, houve predominância masculina (62,5%), enquanto no G2 predominou o sexo feminino (52,8%) (p=0,269). As principais cardiopatias no G1 foram: atresia tricúspide (31,2%), Tetralogia de Fallot (25,0%) e atresia pulmonar com defeito do septo ventricular (25,0%). No G2, destacaram-se atresia pulmonar com defeito do septo ventricular (29,2%), atresia pulmonar com septo ventricular intacto (20,8%) e Tetralogia de Fallot (19,4%).

O tempo médio de internação foi de 16,3 dias no G1 e 8,5 dias no G2 (p=0,014). Todos os pacientes do G1 apresentaram complicações, sendo sepse a mais prevalente (31,2%). No G2, 77,8% não desenvolveram complicações (p<0,001). As complicações no G2 incluíram sepse (8,3%), insuficiência cardíaca (4,2%), enterocolite (2,8%) e fratura de stent (2,8%). A taxa de mortalidade foi de 43,7% no G1 e 5,5% no G2 (p<0,001).

Conclusão: O implante percutâneo de stent no CA mostrou-se uma estratégia eficaz e segura, associada a menor mortalidade e morbidade em comparação à cirurgia BTM. Os achados reforçam o papel do stent no CA como alternativa viável para a manutenção do fluxo pulmonar em neonatos e lactentes com cardiopatia congênita complexa.

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