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Reintervenção Percutânea (TAVI-in-TAVI) para Falência de Bioprótese Aórtica: Experiência em Paciente Nonagenário

Tiago Porto Di Nucci, Pinton FA, Matos Jr EG, Abdalla Filho R, Silva FHL, Ribeiro VC, Naccarato GAF, Pinto Neto LL, Netto FCS, Melo DTP
Hospital São Luiz Campinas - Campinas - SP - Brasil

Introdução: O implante percutâneo de válvula aórtica (TAVI) é amplamente utilizado no tratamento da estenose aórtica em pacientes de alto risco cirúrgico. O conceito "TAVI-in-TAVI" refere-se a reintervenção percutânea em pacientes previamente submetidos ao procedimento, devido a falência da bioprótese. Com o aumento da longevidade e do uso do TAVI, esse cenário tende a se tornar cada vez mais frequente. Relatamos um caso de uma TAVI transfemoral em paciente muito idoso, previamente submetido a TAVI transapical.

Métodos: Paciente masculino, 90 anos, hipertenso, diabético, com antecedente de cirurgia de revascularização miocárdica e TAVI transapical (TAVI-TA) com bioprótese balão-expansível há 10 anos. Evoluiu com insuficiência cardíaca por deterioração estrutural da válvula, impactando sua qualidade de vida. Apesar da idade avançada, apresentava boa funcionalidade. O ecocardiograma mostrou fração de ejeção de 43%, leve dilatação das câmaras esquerdas e bioprótese aórtica com fibrocalcificação, velocidade de pico de 4,3 m/s, gradiente máximo de 76 mmHg, gradiente médio de 46 mmHg e área valvar efetiva de 0,8 cm² (0,54 cm²/m²), com insuficiência discreta. O Heart Team indicou TAVI-in-TAVI via transfemoral.

Procedimento: O paciente foi submetido a TAVI sob anestesia geral e monitorização ecocardiográfica. Realizou-se pré-dilatação da bioprótese com balão semi-complacente de 20 mm. Foi implantada uma bioprótese autoexpansível Evolut R 29 mm sob rapid pacing, na segunda tentativa. Devido à hipoexpansão da bioprótese prévia, realizou-se pós-dilatação com balão não complacente de 24 mm. O controle angiográfico e ecocardiográfico demonstrou ausência de insuficiência aórtica e gradiente máximo de 5 mmHg (Figura).

Resultados: O paciente recebeu alta após quatro dias, em classe funcional I, sem piora da função renal. No seguimento ambulatorial de um mês, manteve-se assintomático, sem novas internações. O ecocardiograma demonstrou normalização da fração de ejeção, redução das cavidades cardíacas e prótese normofuncionante.

Conclusões: O TAVI-in-TAVI é uma estratégia eficaz para o manejo da falência de bioprótese aórtica. Com o aumento das indicações de TAVI, esse cenário será cada vez mais comum. A escolha de uma prótese autoexpansível supra-anular foi eficaz, com necessidade de pós-dilatação anular para otimização do resultado. Relatos como este contribuem para ampliar a experiência clínica e fortalecer o conhecimento sobre essa abordagem.

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