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ANEURISMA MICÓTICO DA AORTA TORÁCICA ASCENDENTE POR Salmonella sp: RELATO DE CASO

Paula de Mello, Tiago Mansur Kobbaz, Camila Pires de Oliveira, Thalita Mayara Ramos da Silva Musa, Elisa Fernandes de Melo, Kleber Hirose
Hospital Santa Casa de São José dos Campos - São José dos Campos - São Paulo - Brasil

INTRODUÇÃO: o aneurisma micótico da aorta, ou aneurisma aórtico infectado, é uma entidade rara causada quando há inoculação microbiana do endotélio doente durante bacteremia. Embora o termo "micótico" seja historicamente utilizado, os agentes etiológicos são predominantemente bacterianos. Seu diagnóstico é complexo e fundamenta-se na combinação de achados clínicos, laboratoriais e de imagem. É uma doença com prognostico geralmente reservado devido ao alto risco de ruptura do aneurisma e de complicações infecciosas, que contribuem para sua alta mortalidade. Diante disso, o presente artigo tem como objetivo relatar o caso de um paciente com aneurisma micótico de aorta torácica por Salmonella sp.

RELATO DE CASO: paciente masculino, 66 anos, sem comorbidades, foi admitido em janeiro de 2024 em um hospital terciário de São José dos Campos com quadro de inapetência severa, perda ponderal de 11kg, febre recorrente, sudorese noturna e dorsalgia bilateral. Etilista e tabagista crônico há 50 anos. Ao exame físico da admissão encontrava-se em regular estado geral, taquicárdico, hipocorado, desidratado e emagrecido. Aos exames laboratoriais evidenciado leucocitose com desvio para esquerda, anemia normocrômica e normocítica e PCR aumentado. Demais exames: PSA normal, BAAR negativo, sorologias para hepatites e HIV negativas, marcadores tumorais negativos, endoscopia digestiva alta e colonoscopia normais, tomografia e angiotomografia de tórax com achado de aneurisma de aorta torácica ascendente moderado.  Apresentou novos episódios de febre sendo coletadas hemoculturas com crescimento de Salmonella sp em duas amostras. Realizou ecocardiograma transtorácico sem vegetações e com aumento de aorta ascendente. O laudo da angiotomografia de tórax foi revisado demonstrando aneurisma saculiforme proximal importante (5,6cm x 6,9cm). Discutido caso com equipe de infectologia que orientou antibioticoterapia com ciprofloxacino 400mg 12/12h por 6 semanas devido hipótese diagnóstica de aneurisma micótico. A antibioticoterapia foi finalizada no início de março de 2024. A correção cirúrgica foi realizada após termino de antibiótico com sucesso. Paciente recebeu alta hospitalar no dia 22 de março de 2024. Atualmente em seguimento ambulatorial com equipe de cirurgia cardiovascular.

CONCLUSÃO: o aneurisma micótico da aorta constitui um desafio clínico devido a sua natureza infecciosa e ao alto risco de complicações graves. A detecção precoce e a instituição de um tratamento adequado são fundamentais para a obtenção melhores desfechos.

 

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