SOCESP

Tema Livre

TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES DE ATÉ 14 ANOS: UMA ANÁLISE DOS ÚLTIMOS 10 ANOS

Suzany Lima F. Martins, Kethlen Torres Cavinato, Gabriella Torres , Maria Eduarda Santana
UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO - SÃO BERNARDO DO CAMPO - SÃO PAULO - BRASIL

INTRODUÇÃO: A insuficiência cardíaca pediátrica (ICP), é uma síndrome clínica complexa que pode ser apresentada em crianças e adolescentes, secundária à disfunção cardíaca ou doenças cardíacas estruturais subjacentes. Apesar de ser uma doença com avanços recentes em abordagens diagnósticas, os dados sobre prevalência e incidência na população pediátrica permanecem limitados. Este estudo objetiva analisar o perfil epidemiológico da ICP no Brasil.

MÉTODOS: Trata-se de um estudo epidemiológico, observacional e retrospectivo. Os dados de internações e óbitos por ICP foram retirados do Sistema de Informações de Morbidade Hospitalar do SUS (SIH/SUS), entre 2014 e 2024. Foram incluídos pacientes de 0 a 14 anos, internados no Brasil. As variáveis analisadas foram região, cor, sexo e idade, sendo analisados quanto a frequência absoluta, frequência relativa e taxa de letalidade (TL). Para o cálculo da TL foi utilizada a fórmula “número de óbitos por determinada variável x 100 / total de internações por determinada variável”.

RESULTADOS: Durante o período analisado, foram registradas 28.944 internações por ICP no Brasil e 2.128 óbitos. Em 2019, houve um pico de internações (2.757), seguido por uma queda em 2020 (2.109), atingindo 2.540 casos em 2023 e 2.395 em 2024. Por região, o Nordeste lidera em número de internações (10.684), além disso, é a região com o maior aumento absoluto de casos ao longo dos anos e maior número de óbitos (n: 723; TL: 6,7%), enquanto a Região Sul (n: 4.674) apresenta um declínio, de 600 casos em 2014 para 305 em 2024, com 304 óbitos no total (TL: 6,5%). Por cor, as crianças pardas representam a maior porcentagem de internações (n: 13.294; 45,9%) e óbito (n: 940; TL: 7%). Por faixa etária, a maioria das internações, e maior índice de óbito (n: 1.355; TL: 10,3%), ocorrem em crianças com menos de 1 ano (13.096). Os números de internações e óbitos não diferem significativamente entre os sexos masculino e feminino. A taxa de mortalidade foi de, aproximadamente, 7,3%.

CONCLUSÃO: Portanto, observa-se que o número de crianças com ICP aumentou progressivamente entre 2020 e 2024, com uma redução em 2020, o que pode estar relacionado aos impactos da pandemia de COVID-19 no acesso a serviços de saúde. A doença foi mais frequente no Nordeste, em crianças pardas, menores de 1 ano, faixa etária que também registrou alta taxa de letalidade, o que sugere que a ICP está associada a condições congênitas ou perinatais. Por fim, não houve diferença epidemiológica relevante entre os sexos, indicando impacto semelhante em ambos.

Realização e Secretaria Executiva

SOCESP

Organização Científica

SD Eventos

Agência Web

Inteligência Web
SOCESP

45º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo

19, 20 e 21 de Junho de 2025