Fundamento: A redução da lipoproteína de baixa densidade (LDL-C), por terapia hipolipemiante de alta potência, associa-se à diminuição do risco cardiovascular. Em pacientes de muito alto risco (meta LDL-C<55mg/dL), associar estatinas e inibidores da pró-proteína convertase subtilisina/kexina tipo 9 (iPCSK9) é eficaz para reduzir LDL-C. Este estudo corresponde à primeira coorte brasileira a avaliar o impacto do Evolocumabe no perfil lipídico, desfechos cardiovasculares, tolerabilidade e adesão, em contexto de vida real, durante 6 anos de acompanhamento ambulatorial.
Métodos: Estudo observacional com 57 participantes do FOURIER, utilizando Evolocumabe 140mg quinzenalmente e terapia hipolipemiante de alta potência. Seguimento ambulatorial semestral, de 2017 a 2023.
Resultados: Dos 57 pacientes, 35 completaram 72 meses de seguimento. A idade média foi 62±9 anos, 80% homens e 100% com doença cardiovascular aterosclerótica (DCVA). Perfil lipídico basal (mg/dL): colesterol total 180±39, LDL-C 106±25, HDL-C 42±10 e triglicerídeos 164±117. Após 72 meses, observou-se redução significativa no colesterol total (43,33%; 102±40mg/dL; p=2.66e-13), LDL-C (65,1%; 37±38mg/dL; p=1.81e-12) e triglicerídeos (29,9%; 115±58mg/dL; p=1.73e-05). As metas de LDL-C≤50mg/dL foram atingidas por 77,8% dos pacientes e LDL-C≤20mg/dL por 44,4%. Ocorreram 2 infartos do miocárdio, 5 anginas instáveis, 2 angioplastias e 1 acidente vascular cerebral. Houve 1 efeito adverso (fadiga), sem interrupções por intolerância.
Conclusão: O Evolocumabe demonstrou eficácia na redução dos níveis lipídicos e alcance da meta de LDL-C, com boa tolerabilidade e aderência.
Palavras-chave: Evolocumabe, Inibidor da PCSK9, Dislipidemia
Figura 1: Perfil lipídico dos pacientes antes e após o uso de Evolocumabe associado a terapia hipolipemiante de alta potência.