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Dissecção de Aorta no Puerpério em Paciente com Síndrome de Marfan: Relato de Caso

Mariana Furtado Silva, André Schmdit
FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO - Ribeirão Preto - SP - BRASIL

INTRODUÇÃO: A aortopatia na gestação representa um desafio clínico significativo devido ao aumento do risco de complicações graves, como a dissecção da aorta (DA), que podem ser fatais tanto para a mãe quanto para o feto. Essas condições são frequentemente associadas a doenças hereditárias do tecido conjuntivo, como a síndrome de Marfan, a síndrome de Loeys-Dietz e a síndrome de Ehlers-Danlos vascular, além de malformações congênitas, como a coarctação da aorta. Durante a gravidez, as alterações hemodinâmicas naturais, incluindo o aumento do débito cardíaco e das demandas de volume sanguíneo, exacerbam a pressão sobre a parede aórtica, aumentando o risco de dilatação e complicações.RELATO DO CASO: Paciente de 29 anos, G5P3A1, tabagista, com diagnóstico prévio de síndrome de Marfan. Avaliação ecocardiográfica evidenciou ectasia discreta da raiz aórtica (42 mm) sem refluxo valvar. A paciente foi acompanhada por equipe multidisciplinar e classificada como Classe III pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Diante do acometimento aórtico, foi indicado parto cesáreo eletivo, realizado com 39 semanas e 1 dia de gestação, com pós-operatório inicial sem intercorrências em unidade de terapia intensiva.No 29º dia do puerpério, a paciente evoluiu com dor torácica, dispneia aos pequenos esforços (Classe Funcional III - NYHA) e ortopneia. Angiotomografia de aorta revelou dissecção da aorta desde a sua origem até a emergência da artéria subclávia esquerda. Foi submetida à cirurgia cardíaca de Bentall de Bono para correção do aneurisma e troca valvar aórtica por prótese mecânica.CONCLUSÃO: Apesar de rara, a dissecção de aorta pode ocorrer no puerpério, reforçando a necessidade de acompanhamento rigoroso de gestantes com aortopatia. Mulheres com doenças aórticas conhecidas ou predisposição genética devem ser monitoradas frequentemente, incluindo avaliação ecocardiográfica a cada 4 a 12 semanas durante a gestação. Em pacientes com síndrome de Marfan e diâmetro da raiz da aorta acima de 4 cm, a gestação deve ser cuidadosamente ponderada devido ao alto risco de complicações. A abordagem multidisciplinar é essencial para a segurança materno-fetal.

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