Introdução: Doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo. O infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST (IAMCSST) responde por até 40% dos casos de síndrome coronariana aguda, somando mais de um milhão de mortes entre os anos 2000-2017 no Brasil. Como tratamento, estratégias foram criadas para atuar de maneira rápida e eficaz nesta emergência. A estratégia fármaco-invasiva refere-se à administração de trombolíticos no ambiente pré-hospitalar ou hospital sem hemodinâmica e transferência imediata para hospital com hemodinâmica para angiografia e intervenção coronária. O Hospital São Paulo (HSP), instituição ligada à Universidade Federal de São Paulo, é o centro de referência com maior casuística nacional de pacientes submetidos à estratégia fármaco-invasiva. Este trabalho estudou dados de pacientes com IAMCSST referenciados ao HSP e determinou características clínicas que configuram preditores de mortalidade na estratégia fármaco-invasiva. Metodologia: Revisados dados de pacientes com IAMCSST submetidos à trombólise em centros primários e referenciados ao HSP para cateterismo cardíaco entre 2009-2020. Após análise das características demográficas e variáveis clínicas dos pacientes, os dados foram submetidos à análise estatística para determinação de preditores de mortalidade. Análise estatística e Resultados: A amostra totalizou 2636 pacientes. Em sua maioria, homens (69.8%) brancos (60,2%) com a média da idade de 58 anos. Comorbidades mais frequentes foram hipertensão arterial 60% e tabagismo 63,5%. Quanto à apresentação clínica, 92.4% teve dor torácica típica. Dispneia foi o sintoma mais prevalente, 97.6% da amostra. Após regressão logística, as variáveis idade, tabagismo, Pressão Arterial Sistólica (PAS) na admissão do HSP, frequência cardíaca (FC) na admissão do HSP e Clearance de creatinina (ClCr) mostraram relevância estatística para mortalidade. Diante dos seguintes achados, foi realizada razão de verossimilhança entre as variáveis estatisticamente significativas, buscando validação com o escore Canadian-ACS. Conclusão: A análise mostrou que as variáveis idade do paciente, IAM prévio, tabagismo, tempo do início dos sintomas até o primeiro contato médico, PAS na admissão do HSP, FC na admissão do HSP e ClCr apresentaram diferença estatística significativa como preditores de mortalidade na estratégia fármaco-invasiva.