A Insuficiência Cardíaca Aguda (ICA) pode ser definida como o novo início ou recorrência de sintomas e sinais de insuficiência cardíaca, que requerem terapia urgente ou emergente. Está entre as causas mais comuns de hospitalização de pacientes com mais de 65 anos de idade no mundo desenvolvido, sendo uma das principais causas de hospitalização em adultos no Brasil. Tem sido apontada como um importante problema de saúde pública no país, é considerada como uma nova epidemia com elevada mortalidade e morbidade e consome parcela substancial dos recursos financeiros dos serviços de saúde. O objetivo deste estudo é descrever a evolução clínica dos pacientes com ICA de um hospital secundário do interior paulista, no período de um ano pós-internação. Trata-se de estudo de coorte longitudinal, prospectivo, com abordagem quantitativa, realizado com 144 pacientes com o diagnóstico de ICA que foram internados em um hospital do interior paulista. Foram tratados de acordo com a recomendação das diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia, especificamente, por um cardiologista, acompanhados no ambulatório do hospital durante um ano consecutivo, nas condições de oferta do Sistema Único de Saúde (SUS). Ao final de um ano de acompanhamento clínico, 42 (29%) pacientes apresentaram o desfecho primário (morte ou reinternação hospitalar); 13 (9%) faleceram e 29 (20%) foram reinternados. Aos 3 meses, 6 meses, 9 meses e 12 meses, a probabilidade de não apresentar o desfecho primário foi de 94%, 93%, 90% e 88%; respectivamente. Os dados desta investigação mostram que o acompanhamento clínico de pacientes após internação para tratamento da ICA, pelo SUS, apresenta taxa de mortalidade geral ou reinternação semelhante à encontrada na literatura médica, ao contrário do que poderia ser esperado. Uma possível explicação para esse fato pode pautar-se no tratamento, exclusivo, destes pacientes por cardiologista.Ainda se aconselha o acompanhamento desses pacientes por equipe multiprofissional e interdisciplinar na Instituição hospitalar onde ocorreu o estudo, considerando que há diversas variáveis envolvidas no processo de atendimento, a serem conduzidas pelo assistente social, farmacêutico e enfermeiro; para além do médico cardiologista.