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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Importância da topografia da calcificação valvar e o escore de cálcio valvar aórtico na dúvida diagnóstica de paciente com estenose aórtica degenerativa

Sarah Dias Freitas, Alander Nadotti , Gustavo Henrique M. Ferreira, Otávio T. Magalhães , Bernardo G. Silveira, Renato P. Nemoto, Guilherme S. Spina, Roney O. Sampaio, Antonio S. De Santis Andrade Lopes, Flavio Tarasoutchi
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: A propedêutica gera a probabilidade pré-teste da gravidade anatômica de um paciente com estenose aórtica (EAo). O ecocardiograma (ECO) é o método padrão-ouro para a definição da gravidade, sendo definidor da indicação de intervenção em pacientes sintomáticos ou com complicadores. Contudo, em pacientes com divergência entre propedêutica e ECO, outros métodos ganham destaque, como o já consagrado escore de cálcio valvar aórtico (ECV) e a menos avaliada topografia da calcificação valvar.

Relato de caso: Paciente masculino, 64 anos, queixa de dispneia aos esforços extra-habituais há 1 ano. À propedêutica, sopro sistólico ejetivo com pico telessistólico, pulso parvus et tardus. ECO evidenciou fração de ejeção do ventrículo esquerdo de 57%, fibrocalcificação, área valvar aórtica pela equação de continuidade 1,1cm² e gradiente médio VE-aorta 30mmHg. Não identificado outro motivo para os sintomas,  foi solicitada angiotomografia de coronárias, que demonstrou espessamento e calcificação dos folhetos da valva aórtica, com ECV de 2500UA. Além disso, a distribuição da calcificação predominantemente no centro das cúspides reforçou a importância da EAo (Imagem). Dessa forma, indicada intervenção de troca valvar, com identificação de valva aórtica bivalvularizada, com rafe entre a válvula coronariana direita e não coronariana e calcificação exuberante. Evoluiu sem intercorrências, e retornou assintomático na consulta pós alta hospitalar.

Discussão: Conforme a Diretriz Brasileira de Valvopatias, o primeiro passo na avaliação da EAo é definir a gravidade anatômica. Em caso de divergência entre exame físico, sintomas e ECO, outros recursos podem ser utilizados para definição, como o ECV. A situação mais utilizada na prática clínica é em casos de EAo com baixo-fluxo e baixo-gradiente paradoxal, mas não se restringe a essa indicação. Além do ECV, a topografia da calcificação valvar também se relaciona com a gravidade anatômica. Estudos demonstraram que quanto mais central a calcificação nas cúspides, maior a correlação com EAo importante; e quanto mais periférica, com menor gravidade anatômica.

Conclusão: Trata-se de um caso de paciente sintomático, com semiologia de EAo importante, porém ECO compatível com moderada. O uso do ECV, junto com a topografia da calcificação foi capaz de definir a necessidade de intervenção valvar, com resolução dos sintomas. Deve-se utilizar recursos disponíveis na avaliação de um paciente com EAo, principalmente em casos de dúvida diagnóstica, evitando indicação precoce ou tardia de intervenção valvar.

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