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Cardiologia de Precisão:Dados do registro MAPA genoma Brasil

Layara Fernanda Vicente Pereira Lipari, Lucas Vieira Lacerda Pires, Paula de Mendonça Senra, Vinicius Machado Correia, Silas Ramos Furquim, Bruno Moreira dos Santos, Fernando Giugni, Kelvin Henrique Vilalva, Jose Eduardo Krieger, INVESTIGADORES DO MAPA GENOMA BRASIL
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: Doenças cardiovasculares monogênicas representam um desafio
diagnóstico relevante, dada sua frequência e impacto clínico. Populações
miscigenadas são sub-representadas em grandes estudos genéticos. Nosso objetivo
foi avaliar o rendimento diagnóstico e caracterizar o genótipo de pacientes brasileiros
com doenças cardiovasculares (DCV) genéticas.
Métodos: Realizamos um registro prospectivo multicêntrico de pacientes brasileiros
com DCV genética, incluindo cardiomiopatias (CM), arritmias, dislipidemias (DLP),
doenças da aorta torácica (DAT) e cardiopatias congênitas (CC).  Foram coletados
dados de prontuário e avaliação clínica. O sequenciamento do exoma completo ou do
genoma completo foi realizado para todos os probandos, com variantes classificadas
de acordo com as diretrizes do ACMG (Colégio Americano de Genética Médica e
Genômica). Os membros da família foram avaliados usando sequenciamento de
Sanger.
Resultados: De janeiro de 2022 a agosto de 2024 foram incluídos 3865 probandos
com fenótipos relacionados a doenças cardiovasculares monogênicas, com idade
média de 46 (0-91) anos, sendo 46% do sexo feminino. Os diagnósticos clínicos dos
probandos foram: cardiomiopatia em 2366 (61,2%), aortopatia em 579 (15%),
dislipidemia em 344 (8,9%), arritmia em 314 (8,1%), cardiopatia congênita em 258
(6,7%). Foram identificadas variantes genéticas de interesse clínico em 53,8% dos
casos (28,9% de variantes patogênicas/provavelmente patogênicas (P/LP) e 24,8% de
variantes de significado incerto (VUS)), enquanto em 46% dos casos não foram
identificadas variantes de interesse clínico acionáveis. Nos pacientes com
cardiopatias, que correspondem à maior parte da amostra, a maior taxa de
positividade foi nas cardiopatias hipertróficas (1027 casos, com positividade de 45%),
seguida de amiloidose (62 casos, positividade de 44%). Os genes mais frequentemente identificados e as positividades por grupo estão exibidos na imagem em anexo.
Conclusão: Este registro em larga escala de pacientes brasileiros com DCV genética
revelou uma alta proporção de variantes P/LP em diversos fenótipos e identificou os
genes mais frequentemente implicados.Esta iniciativa de Medicina de Precisão em larga escala no Brasil identificou efetivamente variantes genéticas causais, genes associados e permitiu a triagem de familiares em pacientes com doenças cardiovasculares genéticas (DCV). Esses resultados reforçam o potencial de integração de estratégias semelhantes em sistemas de saúde, especialmente em países com populações mistas, para melhorar o diagnóstico precoce e o atendimento personalizado.

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