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Perfil epidemiológico de endocardite infecciosa em hospital terciário do interior paulista: uma coorte retrospectiva de 10 anos

Lima, NOL, Kirihara, GS, Musse, IA, Andrade Gomes, HJ, Toledo, LO, Freitas, MAC, Boros, GAB
Hospital de Caridade São Vicente de Paulo - Jundiaí - São Paulo - Brasil , Faculdade de Medicina de Jundiaí - Jundiaí - São Paulo - Brasil

INTRODUÇÃO

A endocardite infecciosa (EI) é uma patologia incomum¹, com desafios relacionados ao diagnóstico e alta morbimortalidade. No Brasil há poucos dados epidemiológicos disponíveis, dificultando a formulação de protocolos para investigação, tratamento e prevenção adequados desses pacientes.

MÉTODOS

Estudo de coorte retrospectiva baseado na análise de prontuários de pacientes internados com EI comunitária entre dezembro de 2015 e dezembro de 2024 em um hospital terciário do interior paulista com atendimento exclusivamente público. Foram incluídos pacientes com diagnóstico definitivo de EI conforme os critérios de Duke modificados de 2023. Excluíram-se aqueles com dispositivos cardíacos eletrônicos implantáveis, cateteres de longa permanência, dialíticos prévios, e história de neoplasia ativa. Os dados obtidos incluíram apresentação e evolução clínica, achados ecocardiográficos e microbiológicos, tratamento e desfecho. Foram realizadas análises de associação univariada (teste de correlação de Pearson ou Spearman) entre mortalidade e os principais fatores clínicos, bem como uma análise de regressão linear multivariada.

RESULTADOS

Foram incluídos 81 pacientes, sendo 62% do sexo masculino, com idade média de 58 ± 15 anos (TABELA 1). Entre os fatores de risco pesquisados, a presença de prótese valvar e a história de febre reumática estiveram presentes em 16% e 6% dos casos, respectivamente. Fenômenos embólicos estiveram presentes em 33% dos pacientes. Na admissão, 38% dos pacientes apresentavam quadro clínico de sepse, e o principal agente etiológico foi o S. aureus (25%), seguido pelo S. viridans (19%). Além disso, foi identificado S. agalactie em 4 casos, S. pneumoniae em 2, e Bartonella sp. em 1 caso. A válvula mitral e a aórtica foram acometidas em proporções semelhantes (47% e 46%, respectivamente), com vegetações visualizadas no ecocardiograma de todos os pacientes, sendo ≥ 10 mm em 60% dos casos. A taxa de mortalidade durante a internação foi de 44%. Nas análises univariadas e multivariadas não foram encontradas associações entre mortalidade e outras variáveis.

CONCLUSÃO

Nossa população reflete dados compatíveis com outras coortes2,3, demonstrando uma alta taxa de mortalidade nos casos de EI comunitária. A baixa prevalência de alterações valvares predisponentes pode sugerir o subdiagnóstico de comorbidades importantes e consequente não profilaxia.

Mais estudos epidemiológicos são necessários para traçar um perfil clínico adequado e potenciais estratégias de tratamento e prevenção.

 

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