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TAVI em pacientes bivalvulares: experiência de um centro terciário do Sistema Único de Saúde do Brasil.

Tacianne Rolemberg Braga Delamain, Lucas Ferreira Marcondes Lemos, Gisele Casarini, Eduardo da Silva Farias, Lara Vilela Euripedes, Samira Ghorayeb, Antonio Tito Paladino, Auristela Isabel de Oliveira Ramos, Kleber Gomes Franchini, Dimytri Alexandre de Alvim Siqueira
INSTITUTO DANTE PAZZANESE DE CARDIOLOGIA - - SP - BRASIL

Introdução: Historicamente, pacientes com valva aórtica bivalvular (VAB) foram excluídos dos primeiros ensaios clínicos de implante transcateter de valva aórtica (TAVI) devido às complexidades anatômicas associadas a essa condição. Com a expansão das indicações para o procedimento, estudos recentes têm mostrado resultados promissores sobre a viabilidade do TAVI nessa população. Este estudo tem como objetivo avaliar os resultados do TAVI em uma população de "mundo real".

Métodos: Estudo observacional prospectivo, que incluiu pacientes submetidos a TAVI em um centro terciário de Cardiologia do Sistema Único de Saúde, no período entre dezembro de 2020 e janeiro de 2025.

Resultados: Dos pacientes submetidos a TAVI, 16% apresentavam VAB (67 pacientes). A idade média foi de 76 ± 6,64 anos, sendo 61% do sexo masculino (41 pacientes). A maioria encontrava-se na classe funcional II (38,8%). O EuroScore II médio foi de 4,23 (± 4,49) e o STS médio foi de 3,04 (± 1,8). Quanto às comorbidades, 67% eram hipertensos, 53% dislipidêmicos, 19% apresentavam doença renal crônica e 31% tinham histórico de acidente vascular encefálico (AVE) prévio. Os dados ecocardiográficos pré-procedimento mostraram uma fração de ejeção média de 57% (± 10,4%) e um gradiente médio de 58,6 (± 18,4). Próteses balão-expansíveis foram implantadas em 84% dos casos. O sucesso do dispositivo foi observado em 95% dos casos, enquanto o sucesso clínico foi de 97%. As complicações e eventos intra-hospitalares estão descritos na Tabela 1.

 

Tabela 1

Complicação

Bicúspide

Tricúspide

Implante de Marcapasso

5 (3.11%)

21 (3.72%)

BAV

4 (2.48%)

21 (3.72%)

Dist. Condução

9 (5.59%)

35 (6.21%)

Complicações Vasculares

2 (1.24%)

19 (3.37%)

Insuficiência Renal Aguda

3 (1.86%)

8 (1.42%)

Complicações Hemorrágicas

3 (1.86%)

3 (0.53%)

AVC

0 (0.00%)

2 (0.35%)

IAM

0 (0.00%)

1 (0.18%)

Óbitos intrahospitalares

3 (1.86%)

5 (0.89%)

Conclusão: O TAVI em pacientes com VAB é uma opção segura, viável e eficaz. No entanto, a seleção adequada dos pacientes e uma avaliação anatômica detalhada são fundamentais para otimizar os resultados. Os riscos associados, como a necessidade de marca-passo e acidente vascular cerebral (AVC), devem ser cuidadosamente considerados, mas não devem contraindicar o tratamento. Estudos adicionais são necessários para aprofundar a compreensão sobre a segurança e eficácia do TAVI nessa população específica.

 

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