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Manejo percutâneo de fístula coronário-pulmonar de alto débito em paciente com sintomas limitantes – Oclusão realizada com stent recoberto com sucesso

Jessica Silva Nicolau, Eduarda Foresti Englert, Richard Andersson Quizhpe Tello, Saulo Almeida Porto de Matos, Sergio Henrique Paciullo Marossi, Bruno Mahler Mioto, Alexandre Antonio Cunha Abizaid, Alexandre de Matos Soeiro
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: Fístula coronário-pulmonar é uma comunicação anômala entre uma artéria coronária e a artéria pulmonar. São frequentemente achados incidentais em exames de imagem, sendo o tratamento percutâneo complexo e indicado em casos sintomáticos e de alto débito.

 

Caso:

Mulher de 63 anos, hipertensa, dislipidêmica e ex-tabagista, com histórico de revascularização miocárdica em 2020 (anastomose de artéria mamária esquerda com artéria descendente anterior e veia safena para artéria coronária direita e marginal esquerda). Após alta, evoluiu com dispneia. 

Nos últimos quatro meses, passou a apresentar dispneia CF 3 e dor anginosa CCS 3, sendo solicitado cateterismo que mostrou fístula de alto débito da artéria circunflexa para a artéria pulmonar (figura 1). 

 

 

Figura 1

 

Ao exame físico com sinais vitais estáveis e sem alteração cardíaca e pulmonar. Ecocardiograma com função ventricular preservada e PSAP 42 mmHg. Frente sintomas limitantes, foi indicado fechamento percutâneo de fístula com coil. Durante o procedimento, houve perfuração Ellis III da artéria circunflexa (figura 2), tratada com implante de stent recoberto, sendo visto a oclusão de ramo AV (artéria que nutria a fístula para o tronco da pulmonar) e consequente oclusão do fluxo para artéria pulmonar (figura 3).

 

Figuras 2 e 3

 

Observado também dissecção do tronco da coronária esquerda, corrigida com stent farmacológico (figuras 4 e 5). Ao final do procedimento observado bom aspecto angiográfico das artérias tratadas, sem sinais de complicações e fluxo distal TIMI 3. Apresentou ascensão de troponina, sem dor torácica, com ecocardiograma de controle sem evidência de derrame pericárdico, função ventricular preservada e sem alteração segmentar. Angiotomografia de controle com enxertos cirúrgicos e stents pérvios, sem evidência de fístula. Recebeu alta hospitalar após 6 dias. Em retorno ambulatorial referiu melhora completa de dispneia e angina.

 

Figuras 4 e 5

 

Discussão:

A oclusão percutânea é indicada em fístulas coronarianas se houver sintomas, alto débito ou alto risco de complicação, como dilatação aneurismática significativa. A cirurgia pode ser considerada quando o tratamento percutâneo não é possível. O tratamento percutâneo tem riscos, como perfuração arterial, dissecção coronariana e infarto, especialmente em fístulas grandes que podem gerar roubo coronariano significativo. 


Conclusão: O manejo da fístula coronário-pulmonar é complexo. O uso de stent recoberto não é rotina nessa intervenção, mas mostrou sucesso no caso apresentado.

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