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Modulação Nutricional e Homeostase Hemodinâmica: A Influência da Dieta Escolar nos Parâmetros Cardiovasculares de Estudantes

RODRIGUES, L. S., RIBEIRO, R. Q., GUANDALINI, C. C. V., JUNQUEIRA, J. P. C., ARAGÃO, I. P. B , RODRIGUES, M. A. A. S.
UNIVERSIDADE DE VASSOURAS - VASSOURAS - RIO DE JANEIRO - BRASIL

O aumento da hipertensão arterial em crianças e adolescentes, aliado à maior exposição a fatores de risco como a obesidade, impulsionou estratégias de promoção da saúde voltadas à esse público. As escolas, essenciais na formação de hábitos, tornaram-se espaços estratégicos para políticas nutricionais preventivas. Em resposta a essa mazela, muitas instituições reformularam suas cantinas, priorizando alimentos saudáveis em detrimento de preparações hiperlipídicas e hipersódicas. O presente estudo objetiva analisar a correlação entre a dieta escolar e os níveis tensionais e o índice de massa corporal (IMC) dos estudantes. Trata-se de um estudo observacional e transversal, aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa sob parecer nº 3.134.552, realizado com escolares e adolescentes de 5 a 19 anos incompletos, devidamente matriculados em duas instituições privadas do interior do estado do Rio de Janeiro. A coleta de dados ocorreu após assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, incluindo aferição de peso, estatura e pressão arterial (PA). Paralelamente, foram analisados os cardápios das cantinas escolares, classificando-se as escolas em: E1G (Escola 1 - com predominância de alimentos ricos em gorduras saturadas e trans) e E2N (Escola 2 - com oferta predominante de alimentos naturais e saudáveis). Foram incluídos 208 participantes, sendo 70 da E1G e 138 da E2N. A proporção de adolescentes foi significativamente maior na E1G (58,6%) do que na E2N (18,1%) (p<0,001; OR: 6,4 [IC 95%: 3,3 – 12,4]). Em relação aos níveis tensionais, a normalidade foi mais prevalente na E2N (65,2%) do que na E1G (47,1%). A hipertensão arterial estágio I ocorreu em 24,3% dos indivíduos da E1G, contra 9,4% na E2N, enquanto o estágio II foi identificado em 8,6% e 0,7%, respectivamente (p<0,001). Considerando os níveis tensionais acima da normalidade, observou-se maior prevalência na E1G (52,9%) do que na E2N (34,8%) (p=0,012; OR: 2,1 [IC 95%: 1,2 – 3,8]). Não houve diferença estatisticamente significativa no IMC entre os grupos, mesmo ao estratificar os valores acima da normalidade. Diante desses achados, infere-se que a composição da dieta escolar desempenha papel relevante na regulação dos níveis tensionais, evidenciando maior prevalência de hipertensão arterial nos alunos expostos a uma alimentação hipercalórica e rica em gorduras saturadas e trans. Assim, estratégias nutricionais escolares voltadas à promoção da alimentação saudável devem ser incentivadas, visando a mitigação precoce de fatores de risco cardiovasculares.

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19, 20 e 21 de Junho de 2025