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Hipertensão Secundária Desafiadora: A Coexistência de Hiperaldosteronismo Primário e Hipertensão Renovascular

KEWIN TJIOE CHEN, Luiz Aparecido Bortolotto , Jessica Okubo Moreno , Madson Queiroz Almeida , Gustavo Freitas Cardoso Fagundes, Maria Claudia Costa Irigoyen, Tshimbalanga Merite, Heno Ferreira Lopes , Fernanda Marciano Consolim Colombo , João Vicente da Silveira
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL, HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FMUSP - São Paulo - SP - BRASIL

Introdução:

A hipertensão arterial secundária é uma causa identificada de hipertensão resistente. Entre suas causas, o hiperaldosteronismo primário (HAP) e a hipertensão renovascular (HRV) estão se tornando diagnósticos diferenciais com alta prevalência. O diagnóstico preciso é crucial para o tratamento adequado. Neste contexto, apresentamos um caso desafiador de uma paciente com HAP devido à hiperplasia adrenal bilateral, que também apresentou uma estenose significativa (80%) da artéria renal direita.

 

 Relato de Caso:

VZG, mulher de 34 anos, hipertensa desde os 24 anos, em uso otimizado de bisoprolol, hidralazina e metildopa, foi internada na UTI com pico hipertensivo (PA: 200 × 130 mmHg), necessitando de vasodilatadores endovenosos. Encaminhada ao ambulatório de hipertensão arterial endócrina, foram encontrados valores de aldosterona (72,9 ng/dL) e concentração direta de renina (6,1 µUI/mL), com razão A/R de 11,9, confirmando a suspeita de HAP . Testes confirmatórios foram dispensados devido apresentar hipocalemia (K: 3,2) e a cateterização das veias suprarrenais direita e esquerda confirmaram HAP por produção bilateral de aldosterona (hiperplasia suprarrenal). Apesar do tratamento otimizado da pressão arterial (PA) e da exclusão de pseudorresistência, a MAPA constatou níveis elevados fora da meta pressórica, mesmo com o uso de antagonista do receptor mineralocorticoide (ARM). No rastreio de HRV, a angiografia diagnosticou uma estenose de 80% na artéria renal direita (Figura 1), submetida a angioplastia com implante de stent em 21/06/2024. Como não houve controle da PA em quatro meses após o procedimento, foi realizada a denervação renal bilateral da artéria renal esquerda em 26/10/2024, com imediato controle da PA, permitindo a redução dos medicamentos anti-hipertensivos.

 

 Conclusão:

 

Este caso ilustra a complexidade da hipertensão secundária. Inicialmente, a paciente apresentava critérios para HAP, mas, durante o rastreio, diagnosticou-se estenose de 80% da artéria renal direita, configurando hipertensão renovascular. Mesmo após a realização da angioplastia, a PA encontrava-se fora da meta, sendo então realizada a denervação renal bilateral quatro meses após a angioplastia, resultando em controle imediato da PA, mantendo-se na meta pressórica até os dias de hoje. Devido a alta prevalência de HAP nos hipertensos resistentes , o caso reforça a importância de um rastreio abrangente para se constatar causas  de hipertensao arterial secundaria para sempre objetivar a meta pressórica.

Figura1: 

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