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Comparação das características clínicas e prognóstico de pacientes diabéticos com doença aterotrombótica: Observações do Registro Brasileiro de Doença Aterotrombótica (NEAT)

Lucas Tramujas, Charlene Troiani do Nascimento, Rodrigo Pinto Pedrosa, Marcelo Arruda Nakazone, Sérgio Luiz Zimmermann, Ricardo Pavanello, Eduardo Ramacciotti, Renato D. Lopes, Pedro Gabriel Melo de Barros e Silva
HOSPITAL DO CORAÇÃO - - SP - BRASIL

Fundamento

Há evidências limitadas e contemporâneas prospectivas na América Latina que comparam as características e o prognóstico de pacientes diabéticos com doença arterial coronariana (DAC), doença arterial periférica (DAP) ou doença aterotrombótica combinada (DAC e DAP).

Métodos

O registro Network to Control Atherothrombosis (NEAT) é um estudo prospectivo nacional de pacientes com doença arterial coronariana (DAC) e doença arterial periférica (DAP) conhecida no Brasil. Um total de 2.015 pacientes foi incluído em 21 centros, de setembro de 2020 a março de 2022. O acompanhamento de todos os pacientes foi de um ano. Foram coletadas as características dos pacientes, os medicamentos em uso e os dados laboratoriais. Para esta análise, foram selecionados pacientes diabéticos, divididos conforme a presença de DAC, DAP ou doença aterotrombótica combinada, definida como a combinação de DAC e DAP. Para comparar os grupos quanto às variáveis basais, histórico médico e medicações, foi usado o teste de Fisher (categóricas) e ANOVA (contínuas). As taxas de eventos foram estimadas por 100 pessoas-ano, e as curvas de tempo até o evento comparadas pelo teste de Log-Rank.

 

Resultados

 

Do total de pacientes incluídos, 48.7% apresentavam DM. Desses, 46.9% tinham DAC isolada, 31,1% tinham DAP e 22% dos diabéticos apresentavam ambas. Os pacientes com diabetes e doença aterotrombótica combinada foram mais idosos (67.8 ± 8.8 vs. 67.4 ± 9.8 vs. 65.8 ± 9.7, p = 0.01) e do sexo masculino (69.3% vs. 57.4% vs. 66.6%, p = 0.01) em comparação aqueles com DAP ou DAC isolada, respectivamente. Também apresentaram maior frequência de  hipertensão, dislipidemia, insuficiência cardíaca, doença renal crônica e receberam mais frequentemente terapias de prevenção secundária para eventos cardiovasculares do que os grupos comparados. Em comparação ao grupo de pacientes com DAP e DAC, em um ano de seguimento,  a taxa de mortalidade foi significativamente maior no grupo de pacientes com DM e doença combinada (17% vs. 14.5% vs. 6.7%, p < 0.001) , entretanto não houve diferença estatisticamente significativa entre as taxas de mortalidade cardiovascular, IAM e AVC. 

 

Conclusão

Pacientes diabéticos com doença aterotrombótica combinada apresentaram características mais graves e maior mortalidade geral, embora não tenha sido observado diferenças significativas nas taxas de eventos cardiovasculares. Esses resultados destacam a necessidade de uma abordagem terapêutica otimizada para este grupo de pacientes.

 

 

 

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