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Trombólise de prótese mecânica como ponte para Transplante cardíaco

Natânia Ferreira Duarte, Stella de Aguiar Trigueirinho Ferreira , Roger Sales Lima, Antonio Almeida dos Santos Filho, Carlos Henrique Lopes Vidal, Daniel Abdalla Added Filho, Luis Fernando B C Seguro, Bruno Biselli
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução

A trombose de prótese mecânica é uma complicação grave, influenciada pela posição valvar, status clínico e adesão à anticoagulação. O tratamento pode incluir anticoagulação otimizada, trombólise ou cirurgia, dependendo do risco cirúrgico e da expertise do centro.

Relato de Caso

Paciente masculino, 59 anos, com histórico de troca valvar aórtica por prótese biológica (2017), re-troca por prótese mecânica e substituição da aorta ascendente (2022). Em 2023, apresentou trombose valvar, disfunção ventricular grave e choque refratário, sendo submetido à trombólise de resgate, com melhora hemodinâmica. Apesar da alta e reabilitação, manteve disfunção ventricular esquerda importante.

Em setembro de 2024, foi internado por piora da classe funcional e nova disfunção valvar, apesar de INR rigorosamente controlado. Evoluiu com edema agudo de pulmão e necessidade de cuidados intensivos. O ecocardiograma evidenciou fração de ejeção de 20%, insuficiência mitral importante e trombose da prótese aórtica (gradiente médio de 41mmHg). Foi submetido à trombólise com alteplase, resultando em melhora significativa do gradiente (16mmHg) e redução da insuficiência aórtica.

Dada a persistente disfunção ventricular, mesmo após normalização da função protética e otimização terapêutica, foi indicado para transplante cardíaco e listado ainda durante a internação. Evoluiu em INTERMACS 2, com piora da função renal e episódios de taquicardia ventricular sustentada, necessitando de amiodarona e suporte mecânico com balão intra-aórtico. Foi transplantado em 17/12/2024, recebendo alta em janeiro de 2025.

Discussão

A trombose de prótese mecânica é mais frequente em próteses mitrais e em posição direita devido ao menor fluxo de pressão. O ecocardiograma transesofágico é essencial para diagnóstico e definição terapêutica. O manejo depende da estabilidade clínica: em casos obstrutivos e instáveis, a cirurgia é preferível, mas a trombólise é alternativa válida para pacientes de alto risco cirúrgico, com taxa de sucesso superior a 90% e baixo risco de complicações embólicas e hemorrágicas (<2%).

 

Neste caso, a trombólise foi eficaz na restauração da função protética, porém a disfunção ventricular irreversível levou à necessidade de transplante cardíaco. A decisão terapêutica deve considerar a condição clínica, carga trombótica e a experiência do centro, garantindo um manejo individualizado para melhores desfechos.

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