A trombose de prótese mecânica é uma complicação grave, influenciada pela posição valvar, status clínico e adesão à anticoagulação. O tratamento pode incluir anticoagulação otimizada, trombólise ou cirurgia, dependendo do risco cirúrgico e da expertise do centro.
Em setembro de 2024, foi internado por piora da classe funcional e nova disfunção valvar, apesar de INR rigorosamente controlado. Evoluiu com edema agudo de pulmão e necessidade de cuidados intensivos. O ecocardiograma evidenciou fração de ejeção de 20%, insuficiência mitral importante e trombose da prótese aórtica (gradiente médio de 41mmHg). Foi submetido à trombólise com alteplase, resultando em melhora significativa do gradiente (16mmHg) e redução da insuficiência aórtica.
Dada a persistente disfunção ventricular, mesmo após normalização da função protética e otimização terapêutica, foi indicado para transplante cardíaco e listado ainda durante a internação. Evoluiu em INTERMACS 2, com piora da função renal e episódios de taquicardia ventricular sustentada, necessitando de amiodarona e suporte mecânico com balão intra-aórtico. Foi transplantado em 17/12/2024, recebendo alta em janeiro de 2025.
Neste caso, a trombólise foi eficaz na restauração da função protética, porém a disfunção ventricular irreversível levou à necessidade de transplante cardíaco. A decisão terapêutica deve considerar a condição clínica, carga trombótica e a experiência do centro, garantindo um manejo individualizado para melhores desfechos.