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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

O IMPACTO DAS VARIÁVEIS ANATÔMICAS NA CIRURGIA MINIMAMENTE INVASIVA DA VALVA AÓRTICA

Elinthon Tavares Veronese, Carlos Manuel de Almeida Brandão, Fabrício José de Souza Dinato, Flávio Tarasoutchi, Pablo Maria Alberto Pomerantzeff, Fábio Biscegli Jatene
Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - São Paulo - SP - Brasil

Fundamento: Estudos propõem a utilização da tomografia computadorizada (TC) pré-operatória para a avaliação de variáveis anatômicas que podem impactar nos tempos cirúrgicos na cirurgia minimamente invasiva da valva aórtica.

 

Objetivo: Identificar possíveis critérios anatômicos preditores de maior tempo de circulação extracorpórea (CEC) e de anóxia cardíaca (AxC) na cirurgia minimamente invasiva da valva aórtica. 

Método: Entre janeiro de 2017 e agosto de 2024 foram operados 59 pacientes com valvopatia aórtica isolada e baixo risco cirúrgico. A escolha entre a mini-esternotomia ou minitoracotomia anterior direita (MAD) foi definida pela posição da aorta em relação à borda esternal direita ao nível da bifurcação da artéria pulmonar no corte transversal da TC de tórax. Foram avaliados os tempos de CEC e anóxia cardíaca, os desfechos de pós-operatório imediato e as seguintes variáveis anatômicas: profundidade, diâmetro do anel aórtico, ângulo esterno-aorta, diâmetro da aorta ascendente e ângulo do plano valvar aórtico. Para avaliar a relação entre os tempos de CEC e AxC e cada uma das variáveis anatômicas, foi calculado o coeficiente de correlação de Pearson. Em seguida foi ajustado um modelo de regressão linear múltiplo para avaliar o impacto de cada variável anatômica nos tempos de CEC e AxC.

 

Resultados: Não houve mortalidade e foi baixa a incidência de complicações pós-operatórias, sem diferenças com significância estatística entre as vias de acesso. Os tempos de CEC e AxC (p<0,001) foram maiores no grupo de pacientes submetidos à MAD. Em relação às variáveis anatômicas, a profundidade da aorta e o diâmetro do anel aórtico tiveram impacto no tempo de CEC. Verificou-se que, quando a profundidade aumenta em 1 mm, é esperado um acréscimo médio no tempo de CEC estimado em 0,70 ± 0,25 minutos (IC95%: 0,21; 1,19; p=0,006) com impacto semelhante em ambas as vias de acesso. No entanto, o impacto do diâmetro do anel aórtico no tempo de CEC apresentou comportamento distinto entre as vias de acesso, tendo correlação negativa e maior repercussão quando utilizada a MAD (p=0,037), diferença observada em ânulos aórticos inferiores a 26mm (p=0,046).

 

Conclusão: Apesar do maior tempo na MAD, não houve impacto na mortalidade e nos desfechos pós-operatórios. A profundidade da aorta teve impacto no tempo de CEC de maneira semelhante entre ambas as vias de acesso. No entanto, anéis aórticos com diâmetros inferiores a 26mm correlacionaram-se com maior impacto no tempo de CEC na MAD.

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