Introdução: A comunicação interventricular (CIV) e o aneurisma ventricular são complicações raras, porém graves, do infarto agudo do miocárdio (IAM), com incidência de 0,04% a 0,21%. A CIV decorre da ruptura do septo interventricular e tem alta mortalidade sem tratamento. O aneurisma ventricular resulta da dilatação do ventrículo esquerdo, podendo causar disfunção cardíaca e arritmias. Comorbidades como hipertensão e diabetes elevam o risco. O manejo requer abordagem multidisciplinar, suporte hemodinâmico e intervenção cirúrgica ou percutânea, sendo o momento da correção crucial para o prognóstico. Relato de caso: O relato de caso descreve um paciente masculino com diabetes tipo 2, hipertensão, dislipidemia, ex-tabagista e etilista social, que apresentava sopro sistólico em foco mitral e tricúspide e crepitação bilateral em bases na ausculta. Foi submetido à coronariografia eletiva em 31/01/25, no Hospital do Vale de Jaguaribe, para investigação de angina. Durante o exame, apresentou dor torácica e foi diagnosticado com doença arterial coronariana triarterial, com oclusão total da artéria descendente anterior e da coronária direita, além de lesões significativas na primeira diagonal e na segunda marginal. O ecocardiograma revelou grande CIV no septo médio inferior, com “shunt” esquerda-direita significativo, e aneurisma ventricular mediobasal nas paredes septal inferior e inferior. Dada a gravidade, foi transferido para internamento em UTI no Hospital de Messejana em 06/02/25 para avaliação cirúrgica e monitorização intensiva, apresentando ortopneia e necessidade de oxigenoterapia. Em 18/02/25, houve piora clínica com desconforto respiratório, levando a equipe médica a indicar cirurgia emergencial, incluindo revascularização miocárdica (ponte de safena para descendente anterior e marginal da circunflexa), correção da CIV e aneurismectomia do ventrículo esquerdo. No pós-operatório, apresentou derrame pleural e congestão pulmonar. O ecocardiograma mostrou septo íntegro no terceiro dia de pós-operatório, disfunção ventricular esquerda moderada e regressão da hipertensão pulmonar, evoluindo sob cuidados intensivos e suporte inotrópico. Conclusão: O caso destaca a gravidade das complicações pós-IAM e a importância do diagnóstico precoce e manejo multidisciplinar. O paciente foi transferido para um centro especializado, onde passou por cirurgia, estabilizou-se hemodinamicamente e recebeu alta para acompanhamento.Apesar das intercorrências, apresentou septo íntegro e recuperação parcial da função ventricular.